
As pequenas ilhas são uma espécie em vias de extinção?
As ilhas com baixa altitude - as que estão um metro acima do nível do mar - enfrentam um risco muito grande. Algumas delas estão já ameaçadas e as populações mudaram-se para outros países ou para zonas mais elevadas. Em 2050, ainda não teremos um situação dramática. Mas se não reduzirmos as emissões, até 2100 a água subirá um metro e aí será grave.
Ainda há tempo para inverter o aquecimento do planeta?
Estamos a tempo. O crucial é saber quando vamos atingir o máximo das emissões e começamos a reduzir. Se travarmos as emissões em 2020 - o que acho improvável - o aumento de temperatura será de dois graus. Se for em 2050, então será mais do que isso.
É possível parar o aumento nos 1,5 graus, como exige a AOSIS?
Acho que isso é uma meta irrealista. Basta pensar que, em relação aos níveis pré-industriais, a temperatura já aumentou 0,8 graus.
O que é preciso fazer para ficar pelos dois graus em 2020?
Teríamos de fazer um esforço muito grande. Seriam necessárias medidas como a criação de impostos sobre o carbono - que se está a fazer em França. Teríamos de ser mais eficientes no uso de energia, cortar no consumo, produzir mais energia renovável. Travar as emissões criará um peso muito grande sobre a economia, não há dúvida.
De que forma o aquecimento global ameaça Portugal? Os arquipélagos estão em risco?
Madeira e Açores não são vulneráveis. Porto Santo é a ilha que mais riscos enfrenta, mas mesmo essa não desaparecerá. No Continente, haverá inundações especialmente na ria de Aveiro e na ria Formosa, e nos estuários do Tejo e Sado.
É possível que as previsões estejam erradas?
Há dúvidas nas projecções e modelos climáticos. Mas cada vez temos mais certezas sobre o aquecimento do planeta.
Fonte: DN
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