quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Intervenção do Presidente do Governo na Assembleia-Geral da Assembleia das Regiões da Europa



Texto integral da intervenção do Presidente do Governo Regional dos Açores e Presidente do Eurodisseia, Carlos César, proferida hoje, na Assembleia-Geral da Assembleia das Regiões da Europa:

“Permitam-me que comece a minha intervenção por saudar todos os presentes e, muito em especial, a Presidente da Assembleia das Regiões da Europa, e cara amiga, Madame Michèle Sabban, bem como o Senhor Governador de Istambul e nosso anfitrião, Senhor Mutlu, realçando e agradecendo a hospitalidade com que somos recebidos nesta histórica e lindíssima cidade de Istambul.

Os Açores iniciam em Janeiro do próximo ano o seu terceiro mandato na Presidência e no Secretariado-Geral do programa de mobilidade profissional Eurodisseia. Devo aqui sublinhar a honra e o prazer que sinto ao presidir a este emblemático programa da Assembleia das Regiões da Europa.

O Eurodisseia, que comemora agora o seu primeiro quarto de século de existência, teve o seu início, pois, em Setembro de 1985, poucas semanas após a criação da Assembleia das Regiões da Europa. Criado pelo então Presidente da Região de Franche-Comté, Edgar Faure, constituiu não só o primeiro programa de mobilidade profissional na Europa – e que inspirou e influenciou todos os outros programas de mobilidade que nasceram daí para cá –, como é o único programa constituído entre regiões da Europa, e de sua responsabilidade, e não entre Estados.

Assim, este programa, ao promover, em simultâneo, a mobilidade e empregabilidade dos nossos jovens e a construção da Europa das Regiões, constitui-se, de facto, numa das mais marcantes e visíveis estratégias, quer das nossas políticas de emprego, quer da afirmação do poder regional na Europa.

Por outro lado, é também um exemplo da eficácia das políticas regionais, e por maioria de razão, da eficácia das regiões em tratar dos seus problemas, o que releva o espírito de pioneirismo e de regionalismo europeu que nos norteia a todos no Eurodisseia.

Gostaria de salientar, aqui, que os Açores tiveram, nestes quatro anos de mandato, desde 2007 e até agora, um aumento de 50% do número de regiões aderentes e mais de 25% do número total de jovens estagiários, que frequentaram o programa em 39 regiões europeias que totalizam mais de 60 milhões de habitantes. Resolvemos ainda problemas administrativos e de gestão do programa e é, por isso, com muito orgulho, mas também com a determinação e o entusiasmo de um novo desafio, que olhamos para o futuro.

No próximo mandato gostaríamos de implementar, no âmbito da Assembleia das Regiões da Europa, um Observatório Europeu de Mobilidade Profissional, – já lançado e em desenvolvimento –, que será suportado tecnicamente pelo observatório açoriano de emprego e terá a responsabilidade de avaliar o impacto e os mecanismos da mobilidade na Europa, questão absolutamente relevante para a Europa no horizonte 2020.

Gostaria, a este propósito, de agradecer à Presidente Sabban todo o apoio que sempre manifestou aos Açores na condução do Eurodisseia e em todos os projectos que os Açores pretendem desenvolver com a Assembleia das Regiões da Europa. Grande parte do sucesso do Eurodisseia deve-se também ao facto da Presidente Sabban e o seu Secretário-geral, Klaus Klipp, acreditarem na liderança açoriana do programa.

E foi com o seu impulso que olhámos para o Quebeque, como mundo de oportunidades para muitos jovens europeus, numa perspectiva transatlântica tão cara aos Açores. A presença aqui, entre nós, do Senhor Alfred Pilon, responsável pelas políticas de juventude e mobilidade junto do primeiro-ministro daquela província do Canadá, é um sinal claro do sucesso desta aproximação.

Este programa, já com vinte e cinco anos, mantém, assim, toda a sua pertinência e toda a sua modernidade, num contexto que é difícil para todos, como sabemos. Encontramo-nos, hoje, com duas dimensões da questão europeia em aberto: – o alargamento e a eficácia das estratégias para a sua consolidação; e a Europa do emprego e da competitividade. Nestas duas dimensões centrais da nossa actuação pública, e que implica o emprego dos nossos jovens, o programa Eurodisseia tem sido a resposta certa.

Gostaria de terminar com uma mensagem de esperança e com um apelo à capacidade de acção e de inovação das nossas Regiões, relembrando, neste contexto de dificuldades que atravessamos, uma frase do grande escritor e humanista europeu Victor Hugo: “O Futuro tem vários nomes. Para os fracos, ele chama-se impossível. Para os medrosos, chama-se desconhecido; para os corajosos, chama-se oportunidade.”

Apelo, assim, a uma forte e corajosa actuação das políticas públicas das nossas regiões na defesa de um futuro de oportunidades, de dimensão europeia, e centrada numa Europa aberta, onde o emprego das nossas populações, e dos nossos jovens em particular, seja estruturante e ponto essencial da coesão económica, social e territorial.

É por isso que estou convencido de que a acção política da Assembleia das Regiões da Europa, neste quadro institucional, é cada vez mais importante, não só para a política de juventude, como, também, para a política de coesão.”


GaCS/CT

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