quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Açores querem atrair empresas de biotecnologia marinha para exploração dos recursos do mar profundo

O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia participou hoje, em Cascais, na Conferência da BioMarine, uma plataforma de investimento internacional dedicada aos recursos biológicos marinhos, onde anunciou que os Açores "querem ser um polo da biotecnologia marinha do Atlântico Norte e do mar profundo”.

Fausto Brito e Abreu, que falava na sessão de abertura deste evento internacional, onde representou Portugal, salientou “a importância especial dos Açores no desenvolvimento da estratégia de ‘crescimento azul’ da União Europeia”.

“Mais de 50% do mar da União Europeia é português e mais de 50% do mar português é açoriano e, por isso, a Região tem responsabilidades especiais na implementação de um modelo de desenvolvimento assente na ‘economia azul’”, frisou.

Brito e Abreu evidenciou o potencial dos Açores para acolher investimentos na área da biotecnologia marinha, um mercado que, estima-se, deverá apresentar um crescimento entre 5 a 10% nos próximos anos a nível mundial e que tem aplicações em setores como a cosmética, saúde e farmacêutica, alimentação e nutrição, ambiente e tecnologias limpas.

“A Região tem o que é preciso para criar novas oportunidades de negócio na área da biotecnologia marinha, a começar pela proximidade geográfica dos ecossistemas de mar profundo, onde ocorrem organismos extremófilos que têm grande potencial biotecnológico”, afirmou o Secretário Regional.

Na sua intervenção, anunciou ainda um pacote de incentivos a ser implementado pelo Executivo regional para atrair aos Açores empresas nacionais e internacionais ligadas à biotecnologia marinha.

Entre as medidas previstas pelo Governo e as mais-valias competitivas dos Açores merecem destaque um quadro fiscal favorável para empresas de biotecnologia marinha que criem postos de trabalho na Região, uma linha de financiamento de projetos de Investigação e Desenvolvimento em contexto empresarial, um quadro jurídico adequado e procedimentos de licenciamento agilizados, incluindo legislação pioneira sobre acesso e partilha de benefícios dos recursos genéticos.

Fausto Brito e Abreu referiu também que as companhias deste setor que se venham a basear nos Açores poderão beneficiar de escritórios e laboratórios com rendas acessíveis na ilha do Faial, onde será instalado um Parque Empresarial para empresas ligadas ao aproveitamento dos recursos do mar, e ter acesso facilitado ao conhecimento científico do IMAR/DOP, que frisou ser “um centro de investigação que está no top 20 mundial em publicações sobre mar profundo”.

A BioMarine Business Convention, que decorre hoje e sexta-feira no Centro de Congressos do Estoril, assume-se como um dos mais importantes eventos empresariais sobre biotecnologia marinha a nível mundial, reunindo cerca de 300 executivos de empresas especializadas no desenvolvimento de indústrias relacionadas com os bio-recursos marinhos de mais de 30 países.

A Biomarine conta com o alto patrocínio da Presidência da República e tem o Príncipe Alberto II do Mónaco como um dos seus principais anfitriões.

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GaCS

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