As Regiões Ultraperiféricas atlânticas da União Europeia e o espaço da lusofonia potenciam o diálogo e a cooperação da Europa no Atlântico Sul em diversos domínios.
A ideia foi defendida na noite desta terça-feira, na Praia da Vitória, pelo Subsecretário Regional dos Assuntos Europeus e Cooperação Externa, Rodrigo Oliveira, durante a sua intervenção na sessão de lançamento do livro “Atlântico Sul – Um Tratado para a Paz ou uma Rota de Colisão Geopolítica”, de João Aranda e Silva.
“No âmbito da União Europeia, como é sabido, os diferentes interesses geoestratégicos dos 27 Estados-Membros dificultam a afirmação de uma política comum de segurança e de defesa, com repercussões também na estratégia de relacionamento com o Atlântico Sul”, disse o governante açoriano.
No entanto, acrescentou, “esta diversidade de áreas de influências e prioridades representa, também, para os Estados do Sul – e ibéricos, muito em particular – uma oportunidade de afirmação e de contributo para o papel global da União” nessa matéria.
A título de exemplo, Rodrigo Oliveira lembrou que durante as presidências portuguesa, em 2007, e espanhola, em 2010, “foram organizadas Cimeiras da União Europeia, respectivamente, com o Brasil e com a América Latina, reflectindo a vontade de construção de uma Europa interessada, também, no diálogo com o Atlântico Sul”.
Fundamental é, também, segundo acrescentou, “ o papel que o mundo da Lusofonia representa neste espaço”.
Do ponto de vista dos Açores, sublinhou o Subsecretário Regional, “o Atlântico Sul deve ser encarado como um espaço de diálogo e cooperação, no qual as regiões ultraperiféricas assumem uma função importante”.
Neste contexto, disse Rodrigo Oliveira, “as questões da segurança e do combate à criminalidade não podem ser afastadas do apoio ao desenvolvimento e do diálogo Norte-Sul, no qual a Europa tem, também, um papel-chave a desenvolver”.
A crescente importância do papel das regiões na Europa e das suas relações de cooperação – como instrumentos da diplomacia internacional que não estão condicionados pelas regras do Direito Internacional – “deve ser realçada” e, neste contexto, destaca-se a posição estratégica das Regiões Ultraperiféricas.
Conforme disse o governante, “os espaços de integração regional dos Açores, Madeira, Canárias, Guiana, Martinica, Guadalupe e Saint Martin apelam, decisivamente, à união, ao diálogo e cooperação entre Atlântico Norte e Sul, sem esquecer as relações históricas e culturais que, por exemplo, as regiões ultraperiféricas portuguesas têm com vários territórios dos dois lados do Atlântico Sul”, concluiu.
GaCS/FA
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