sábado, 19 de novembro de 2011

Carlos César inaugura Casa Museu Manuel de Arriaga, último acto das comemorações nos Açores do Centenário da República


Carlos César deu hoje por encerradas as comemorações nos Açores do I Centenário da República Portuguesa inaugurando, na cidade da Horta, a Casa Museu Manuel de Arriaga, justamente o primeiro presidente do regime implantado em 1910.


“Legamos, assim, para o vindouro, esta evocação do homem e dos ideais e valores subjacentes à República, cumprindo, no nosso tempo, a nossa obrigação”, disse o Presidente do Governo dos Açores.


Implantado no edifício que foi a residência permanente da família de Manuel de Arriaga e onde o político faialense viveu a sua juventude, o novo equipamento cultural ultrapassa, na opinião de Carlos César, o conceito da tradicional casa museu, pois “foi desenvolvido não só para se constituir como um centro evocativo da personalidade de Arriaga como também para uma abordagem informativa, pedagógica e problematizada de aspectos relevantes da História e da estruturação da democracia e da cidadania na contemporaneidade.”


Num investimento de mais de dois milhões de euros, a Casa Museu Manuel de Arriaga apresenta espaços para a exposição de longa duração e projecção de filme, para exposições temporárias, consulta de documentação digitalizada e biblioteca e sala polivalente.


Para breve está prevista a instalação das versões em inglês, Braille e áudio dos conteúdos de texto ali patentes, o que colocará toda a informação ao alcance de um maior número de visitantes.


Com a Casa Museu Manuel de Arriaga estará permanentemente recordado – e homenageado – “um homem que se evidenciou pela sua integridade política, pela convicção com que defendeu os seus ideais e pela vontade de transformar o país numa sociedade mais justa, mais instruída e mais desenvolvida”, como sublinhou Carlos César.


Para o Presidente do Governo, bem se pode dizer que “Manuel de Arriaga é um daqueles que serviram e servem de referência às gerações que se lhes seguiram”, sendo também, por isso, “um dos contribuintes para o património indelével da doação açoriana à cultura portuguesa e universal.”


Historiando o percurso pessoal e político do primeiro Presidente da República – ao longo do qual não faltaram contrariedades, mas, ao mesmo tempo, o reconhecimento e a admiração dos seus contemporâneos pelo génio político e pela verticalidade do seu carácter – Carlos César não escondeu a sua satisfação pelo especial significado do espaço inaugurado.


Trata-se, como sublinhou, de “um lugar de onde deve advir, a partir dos espaços criados entre as suas paredes, a mensagem permanente de homenagem aos homens e às mulheres empenhados nas causas justas, o apelo aos jovens que as devem fazer avançar e a lembrança junto das diferentes gerações sobre a consciência e a retoma de uma ética que vai muito para além dos interesses individuais.”


E, para o governante, os Açores têm, mais do que a maioria das regiões do país, boas razões para se associarem à evocação feita, quer por terem aqui nascido “dois dos grandes vultos da instalação da República Portuguesa, e seus ideólogos”, como foram os casos de Manuel de Arriaga e Teófilo Braga, quer pela acção e prestígio de muitos outros que foram ministros, deputados e senadores.


“Embora distribuídos pelas mais diversas tendências políticas, os Açores podem orgulhar-se do contributo que deram em prol da República. Com a inauguração desta Casa Manuel de Arriaga, pretendemos também prestar homenagem a todas essas figuras”, disse Carlos César, concluindo que o momento era mais um “em que podemos e devemos sentir orgulho em sermos açorianos.”



GaCS

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