Carlos César deu hoje por encerradas as comemorações nos Açores do I Centenário da República Portuguesa inaugurando, na cidade da Horta, a Casa Museu Manuel de Arriaga, justamente o primeiro presidente do regime implantado em 1910.
“Legamos, assim, para o vindouro, esta evocação do homem e dos ideais e valores subjacentes à República, cumprindo, no nosso tempo, a nossa obrigação”, disse o Presidente do Governo dos Açores.
Implantado no edifício que foi a residência permanente da família de Manuel de Arriaga e onde o político faialense viveu a sua juventude, o novo equipamento cultural ultrapassa, na opinião de Carlos César, o conceito da tradicional casa museu, pois “foi desenvolvido não só para se constituir como um centro evocativo da personalidade de Arriaga como também para uma abordagem informativa, pedagógica e problematizada de aspectos relevantes da História e da estruturação da democracia e da cidadania na contemporaneidade.”
Num investimento de mais de dois milhões de euros, a Casa Museu Manuel de Arriaga apresenta espaços para a exposição de longa duração e projecção de filme, para exposições temporárias, consulta de documentação digitalizada e biblioteca e sala polivalente.
Para breve está prevista a instalação das versões em inglês, Braille e áudio dos conteúdos de texto ali patentes, o que colocará toda a informação ao alcance de um maior número de visitantes.
Com a Casa Museu Manuel de Arriaga estará permanentemente recordado – e homenageado – “um homem que se evidenciou pela sua integridade política, pela convicção com que defendeu os seus ideais e pela vontade de transformar o país numa sociedade mais justa, mais instruída e mais desenvolvida”, como sublinhou Carlos César.
Para o Presidente do Governo, bem se pode dizer que “Manuel de Arriaga é um daqueles que serviram e servem de referência às gerações que se lhes seguiram”, sendo também, por isso, “um dos contribuintes para o património indelével da doação açoriana à cultura portuguesa e universal.”
Historiando o percurso pessoal e político do primeiro Presidente da República – ao longo do qual não faltaram contrariedades, mas, ao mesmo tempo, o reconhecimento e a admiração dos seus contemporâneos pelo génio político e pela verticalidade do seu carácter – Carlos César não escondeu a sua satisfação pelo especial significado do espaço inaugurado.
Trata-se, como sublinhou, de “um lugar de onde deve advir, a partir dos espaços criados entre as suas paredes, a mensagem permanente de homenagem aos homens e às mulheres empenhados nas causas justas, o apelo aos jovens que as devem fazer avançar e a lembrança junto das diferentes gerações sobre a consciência e a retoma de uma ética que vai muito para além dos interesses individuais.”
E, para o governante, os Açores têm, mais do que a maioria das regiões do país, boas razões para se associarem à evocação feita, quer por terem aqui nascido “dois dos grandes vultos da instalação da República Portuguesa, e seus ideólogos”, como foram os casos de Manuel de Arriaga e Teófilo Braga, quer pela acção e prestígio de muitos outros que foram ministros, deputados e senadores.
“Embora distribuídos pelas mais diversas tendências políticas, os Açores podem orgulhar-se do contributo que deram em prol da República. Com a inauguração desta Casa Manuel de Arriaga, pretendemos também prestar homenagem a todas essas figuras”, disse Carlos César, concluindo que o momento era mais um “em que podemos e devemos sentir orgulho em sermos açorianos.”
GaCS
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