sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Rui Bettencourt defende que o papel das Regiões nas políticas activas de emprego é fundamental


“As Regiões europeias devem assumir hoje um novo e inovador papel nas políticas activas para o emprego”, salientou hoje o Director Regional do Trabalho, Qualificação Profissional e Defesa do Consumidor, responsável do Fundo Social Europeu do Governo dos Açores e secretário-geral do Eurodisseia.



Neste sentido, o Director Regional relembrou o apelo do Presidente do Governo dos Açores e Presidente do Eurodisseia: “Pensar Regional. Agir Regional. Fazer avançar a Europa”.

Rui Bettencourt, que falava sobre “A Inovação das Políticas de Emprego: a mais-valia da abordagem regional”, em Ponta Delgada, no âmbito de uma mesa redonda com peritos europeus sobre a inovação de políticas sociais, integrada na Assembleia-Geral da Assembleia das Regiões de Europa - Açores 2011, considerou mesmo que “as políticas de formação profissional e de emprego, estruturadas como políticas regionais, podem revelar uma eficácia que ao nível nacional pode não ser possível, transformando-se então em políticas centrais no projecto regional de desenvolvimento”.

Segundo o Director Regional do Trabalho, Qualificação Profissional e Defesa do Consumidor, o emprego depende de uma “multiplicidade de factores”, os quais podem, no entender de Rui Bettencourt, ser divididos em três grupos: motivação, contexto e competências, sendo que o peso de cada factor para o emprego dependerá do “momento em que as políticas do emprego são implementadas, das próprias características da região, do projecto que se definiu e se idealizou relativamente ao seu desenvolvimento e até da sua história”.

Neste momento, de acordo com Rui Bettencourt, “há todo um conjunto de factores conjunturais: financeiros, económicos, de confiança dos investidores e consumidores" que estão a prejudicar o emprego.

Referindo-se em concreto aos Açores, Rui Bettencourt afirmou que a Região repensou as suas políticas de emprego e considerou as “fragilidades dos factores de competências como fragilizantes para o desemprego”, investindo “fortemente, e em primeiro lugar, na formação inicial”.

“Não é por acaso”, disse, “que em cada três mil jovens que todos os anos saem para o mundo do trabalho, dois mil vêm do ensino profissional, e entre estes há menos de 200 no desemprego”.

“Felizmente investimos assim nas pessoas, senão os Açores com sensivelmente o mesmo número de habitantes que a Madeira (245 mil nos Açores e 246 mil na Madeira) teriam não 8.300 desempregados mas sim 18 mil como a Madeira”, sublinhou, acrescentando que “dez mil desempregados a mais ou a menos fazem muita diferença”.

Neste contexto explicou que foram introduzidas estratégias de acompanhamento de todos aqueles que anualmente entraram no mercado de trabalho, bem como estratégias dirigidas aos desempregados, para que adquiram maior empregabilidade, aos trabalhadores, para que mantenham a sua empregabilidade, e aos inactivos, para que sejam atraídos pelo mundo do trabalho.

Rui Bettencourt afirmou ainda que “é preciso integrar a dinâmica, inelutável e permanente do mercado do emprego”, sendo que “doravante, de facto, a melhor segurança em termos de emprego advém da possibilidade de que as nossas competências sejam tão móveis quanto as necessidades de competências que o mercado do emprego manifesta”, acrescentando que “para além da grave conjuntura actual, é nisto que residem as maiores dificuldades das políticas públicas de emprego”, mas onde “encontramos os mais interessantes desafios dessas políticas”.

A Assembleia das Regiões da Europa é constituída por 270 regiões, de 34 Estados e 16 organizações inter-regionais.

Assembleia das Regiões da Europa foi criada em 1985, e da qual a Região Autónoma dos Açores é membro fundador.



GaCS

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