terça-feira, 26 de novembro de 2013

Cooperação entre hospitais já é efetiva, sem perca de identidade, afirmou Luís Cabral

O Secretário Regional da Saúde afirmou hoje, na Horta, que a cooperação entre os hospitais dos Açores "é já uma realidade”, com ganhos efetivos e “sem perca da identidade” de cada uma das unidades de saúde.

“Os conselhos de administração já estão a ser constituídos segundo o princípio da complementaridade de três polos distintos, gestão, corpo clínico e corpo de enfermagem, o que tem permitido focar os profissionais nas suas funções, ganhando eficiência nos hospitais e nas unidades de saúde de ilha”, afirmou Luís Cabral.

O Secretário Regional, que falava na Assembleia Legislativa, durante o debate das propostas de Plano e Orçamento da Região para 2014, salientou que “é hoje possível saber ao trimestre a execução orçamental de cada hospital e trabalhar diretamente sobre estes dados", acrescentando que "a partir de 2014 será possível fazê-lo ao mês”.

Luís Cabral salientou ainda que esta cooperação permitiu também a realização de procedimentos de compras centralizadas, frisando também que o processo de acreditação será partilhado pelos três hospitais, facilitando o trabalho e definindo procedimentos comuns.

Segundo o Secretário Regional da Saúde, os hospitais estão, por sua vez, empenhados em se constituírem “como centros de referenciação dentro da Região Autónoma dos Açores”.

Nesse sentido, apontou como exemplos o implante coclear, uma técnica pioneira na região, realizada recentemente pelo serviço de Otorrinolaringologia do Hospital da Terceira, e o primeiro tratamento nacional da acalásia do esófago por via endoscópica, efetuado no serviço de Gastrenterologia do Hospital de Ponta Delgada.

“É desta forma que pretendemos garantir a individualidade dos nossos três hospitais”, frisou Luís Cabral.

Outra das atenções da Secretaria Regional da Saúde é o funcionamento do sistema, tendo Luís Cabral referido que, entre as medidas a implementar, está o Plano Regional de Saúde 2013-2016, “onde se esperam ganhos efetivos na saúde dos Açorianos nas áreas mais preocupantes das sociedades evoluídas", que "atingem de forma particular” os Açores.

O Plano Regional de Saúde é uma evolução natural do anterior, mas “desenhado para atingir outro patamar de exigência, através da avaliação regular das ações, permitindo assim perceber se se está ou não a ser consequente”.

Para Luís Cabral, a definição de metas é um desafio adicional para as unidades de saúde e para os próprios profissionais e uma responsabilidade política acrescida para a Secretaria Regional da Saúde “porque também nos expõe aquando da avaliação de resultados”.

O Secretário Regional afirmou que se pretende também, através deste plano, “dar ênfase às estruturas locais de saúde pública, atribuindo-lhes a coordenação da implementação do Plano Regional de Saúde nos diferentes centros de saúde, bem como a monitorização dos respetivos indicadores na sua área de influência”.

Outra meta definida como prioridade é a da qualidade, também com objetivos e indicadores muito claros, tendo sido criada, na estrutura orgânica da Direção Regional da Saúde, a Divisão de Planeamento e Qualidade, à qual compete “promover a melhoria da qualidade na prestação de cuidados, garantindo a segurança dos Açorianos”.

No mesmo sentido estão já em curso os processos de acreditação das Unidades de Saúde da Ilha Terceira e da Ilha do Faial e do Centro de Saúde de Vila Franca do Campo, na Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel.

“É intenção do Governo concluir o processo de acreditação de todas as unidades de saúde da Região até ao fim da legislatura e incentivar as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários a aceitar idêntico desafio”, afirmou Luís Cabral.

Na sua intervenção, o Secretário Regional criticou a forma como a oposição se tem referido à dívida da saúde.

“Não consideramos legítimo o tom negativo como a questão é apresentada por alguns grupos, levantando a questão como se alguém tenha beneficiado dessa dívida de uma forma indevida”, frisou, acrescentando que a verdade “é que foi preciso aumentar as verbas destinadas à saúde para podermos acompanhar as novas tecnologias e os gastos com novas terapêuticas que não podíamos deixar de aplicar”.

Luís Cabral reconheceu que é preciso encontrar um ponto de otimização para que haja uma maior contenção de custos e uma cultura de poupança, mas defendeu que “as dívidas surgiram porque foi necessário disponibilizar saúde aos Açorianos”.




GaCS

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