segunda-feira, 20 de julho de 2009

Farol centenário regressa a casa



Quase 30 anos depois de ter sido transferido para a ilha Terceira, nos Açores, o Farol de Cacilhas, Almada, voltou às origens e já ilumina o rio Tejo. Com 12 metros de altura, a torre vermelha foi recebida com entusiasmo pela população.

Centenas de pessoas marcaram presença, anteontem, na cerimónia oficial de recolocação do farol em Cacilhas, perto do local onde foi instalado pela primeira vez em 1885. Para muitos, aquele património traz recordações do antigamente.

"O farol marca Cacilhas. Quem é de cá fica contente. Pode não ser nada para as outras pessoas, mas para nós significa muito", diz Vítor Costa, de 80 anos, que ainda se lembra de atravessar o Tejo vindo de Lisboa e ouvir o sinal sonoro que o farol emitia.

A extremidade de Cacilhas, junto ao cais de embarque da Transtejo, é agora um miradouro com vista sobre o rio e Lisboa. "À roda do Farol tem uns bancos para as pessoas se sentarem. É um local aprazível para se estar a desfrutar do rio e do farol", considera António Correia, de 73 anos, dizendo que a peça lhe faz recordar a infância.

O momento foi também de nostalgia para o chefe do Estado-Maior da Armada, Fernando Melo Gomes. "Este farol acompanhou-me na vida de mar durante muito tempo. É com grande prazer que o revejo aqui", referiu.

Extinto em Maio de 1978, devido à falta de utilidade para os navegantes e às obras de construção do novo terminal fluvial de Cacilhas, o farol, com 1,70 metros de diâmetro, foi instalado em 1983 na Ponta do Queimado, na ilha Terceira, nos Açores, após um sismo ter destruído parcialmente o antigo farol da Serreta.

Para voltar a casa, o Farol de Cacilhas teve de ser restaurado. As obras custaram 40 mil euros e foram suportadas pela Câmara de Almada, no âmbito de um protocolo com a Marinha Portuguesa. "Não encandeia, não vai comandar a navegação e o tráfego marítimo, mas tem uma luz especial que ilumina futuros. Um futuro de modernidade que respeita o passado", realça o vereador da Cultura, António Matos.

Fonte: Jornal de Notícias

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