terça-feira, 21 de julho de 2009

Vermicompostagem chega aos Açores


Dentro de seis meses deverá começar a funcionar a primeira unidade de vermicompostagem (compostagem com minhocas) nos Açores. Hoje será lançada a primeira pedra da unidade, que vai ser construída no concelho do Nordeste, na Ilha de S. Miguel.

O projecto implica um investimento da ordem dos dois milhões de euros, adiantou ao AmbienteOnline João Completo, sócio-gerente da Lavoisier, empresa que será responsável pela instalação da infra-estrutura. A unidade terá uma capacidade para tratar cerca de 3000 toneladas anuais.

Depois de Palmela (Setúbal), onde tem a funcionar um centro de experimentação desde finais de 2006, a empresa já tem em funcionamento a unidade de vermicompostagem da Associação de Municípios do Vale do Ave (Amave), em Famalicão. Em construção está uma outra unidade em Beja, no Parque Ambiental da Amalga, que deverá estar concluída em Outubro.

Expansão da actividade

Além destas unidades, «temos ideias para avançar com outros projectos, mas ainda não há nada de concreto», diz João Completo. O responsável não põe de parte a hipótese de levar esta “tecnologia” para outros países.

Actualmente, «temos já empresas interessadas na solução de vermicompostagem em Espanha, Brasil e Moçambique», revela.

Esta solução permite reciclar cerca de 80 por cento dos resíduos urbanos indiferenciados graças ao trabalho das minhocas que digerem toda a matéria orgânica, transformando-a em húmus. Desta forma, permite reciclar os plásticos, metais e vidro que ficam limpos após a acção das minhocas.

Este processo é já muito utilizado em países como os Estados Unidos, China ou Japão. Em Hong Kong, por exemplo, a cadeia Mcdonalds instalou uma unidade para 30 mil toneladas e na Áustria existem várias infra-estruturas do género para tratar as lamas das estações de tratamento de águas residuais. Também no aeroporto de Heathrow, em Londres, parte dos resíduos são tratados com recurso à vermicompostagem, possibilitando a produção de material orgânico rico em húmus.Para além das vantagens ambientais, esta solução também apresenta custos relativamente baixos face às outras tecnologias disponíveis no mercado, uma vez que grande parte do trabalho é realizado pelas minhocas, sublinha a Quercus.


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