segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Gravidez na adolescência em decréscimo acentuado nos Açores


O número de mães adolescentes na Região Autónoma dos Açores tem vindo a diminuir nos últimos anos, registando em 2010, uma taxa de 7,2%, o que representa uma descida de 2,6 pontos percentuais, relativamente 2009.



Regista-se de forma positiva o decréscimo da gravidez na adolescência nos Açores, realidade que se afasta significativamente da situação detectada no estudo sobre esta temática encomendado pela Região, que indicava, em 2007, uma taxa de 10,2%.

Os dados do Serviço Regional de Estatística mostram que em 2005, por exemplo, se registaram 321 gravidezes em jovens com menos de 19 anos, mas em 2010 esse número foi de apenas 198, ou seja menos 112.

Segundo os mesmos dados, entre 2007 e 2010, a descida a nível nacional foi de cerca de 0,8 pontos percentuais, enquanto nos Açores o decréscimo da gravidez na adolescência, foi de 3 pontos percentuais, ou seja quase quatro vezes mais.

A Ribeira Grande foi um dos concelhos onde foi evidente a descida de gravidezes na adolescência. A enfermeira Emília Silveira, do centro de Saúde da Ribeira Grande, atribui esta diminuição ao trabalho que tem sido desenvolvido junto das escolas, onde se abordam temas como comportamentos de risco na adolescência e doenças sexualmente transmissíveis e onde se coloca grande ênfase nas implicações da gravidez na adolescência. “A pouco e pouco essa mensagem vai passando”, diz Emília Silveira.

Opinião semelhante tem a enfermeira Manuela Ferreira do Centro de Saúde de Ponta Delgada, concelho onde em 2010 se registou metade de gravidezes em jovens, relativamente ao ano anterior. No seu entender a maior oferta de consultas de enfermagem em planeamento familiar, por parte do centro de saúde, o aumento de profissionais de enfermagem com especialidade em saúde materna e obstétrica e o maior investimento na articulação do centro de saúde com as escolas, têm contribuído para essa diminuição.

Manuela Ferreira considera que tem sido importante o melhor acompanhamento dos jovens por parte do centro de saúde, assim como a facilidade em obter métodos contraceptivos como preservativos, implanon (contraceptivo de longa duração, inserido na via subcutânea) e a pílula do dia seguinte. Até a vacina contra o papilomavirus é, muitas vezes, motivo para um esclarecimento sobre a gravidez e uma forma de encaminhamento para as consultas de planeamento familiar.

Na opinião da enfermeira Manuela Ferreira, as boas experiências com o acompanhamento nas consultas fazem com que as jovens voltem e tragam consigo outras colegas. Até os pais já começam, eles próprios, a ligar e a marcar consulta para as filhas.


GaCS

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