quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Governo privilegia projectos de investigação científica ligados ao contexto empresarial



O Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos referiu hoje que o Governo dos Açores só irá apoiar projectos de investigação científica que resultem em mais-valias e valor acrescentado para a Região.

José Contente voltou a lançar um repto à Universidade dos Açores e outras instituições que concorrem ao financiamento de projectos de investigação, para que “tenham a noção clara de que este é tempo de apostar em investigação que tenha retorno em termos económicos. É tempo de apoiar projectos de investigação que tragam resultados económicos positivos e que se inscrevam no desenvolvimento sustentável da Região”, acrescentou.

O desafio, portanto, é ligar a investigação científica ao sector empresarial, no usufruto pleno das potencialidades e recursos naturais do arquipélago, resultando assim numa escalada de desenvolvimento económico associado ao conhecimento.

“Vamos atribuir especial valor à investigação em desenvolvimento num contexto empresarial, aos projectos de investigação científica que representem um contributo para o desenvolvimento sustentável na Região”, afirmou o governante.

O Secretário Regional, que falava após a assinatura de um contrato de prestação de serviços de elaboração de cartografia vectorial à escala de 1:5000 na ilha do Pico, sublinhou o forte investimento do executivo açoriano em prol do desenvolvimento da cartografia em todas as ilhas.

O Governo Regional tem vindo a efectuar um esforço considerável na área da cartografia desde 2004, com o lançamento do concurso de voos aerofotogramétricos para todo o arquipélago, para o estabelecimento de uma cartografia vectorial de 1:5000 cada vez mais especializada e pormenorizada, “contribuindo para o ordenamento do território, e útil para a Protecção Civil, para a Secretaria Regional de Agricultura e Florestas e ainda para as Câmaras Municipais, enquanto instrumento moderno de planeamento da Região”, referiu José Contente.

Desde essa altura tem sido enorme a evolução resultante da aplicação destes voos, com a execução dos ortofotos da Região, que têm sido utilizados por diversas entidades regionais para desenvolvimento das suas actividades.

Paralelamente aos ortofotos, têm sido estabelecidas parcerias para a execução de cartografia vectorial à escala 1/5000, estando já concluída a cartografia da ilha de S. Miguel. Além destas parcerias, o Governo Regional tem lançado concursos para execução de cartografia noutras ilhas, nomeadamente Santa Maria, Corvo, Graciosa e a agora também na ilha do Pico.

A execução dos ortofotos teve, em parte, comparticipação de fundos comunitários, assim como os voos efectuados de 2004-2008, um investimento na ordem dos 365 mil euros. Quanto à cartografia foram já investidos cerca de 200 mil euros.

O governante reiterou a aposta na cartografia como um instrumento base que, aliás, integra outros programas e directivas comunitárias, desde logo a directiva Inspire, “que constitui uma espécie de ‘chapéu’ de cobertura para toda a informação cartográfica que disponibilizamos aos cidadãos”, e o SIGENDA, lançado recentemente.

Actualmente, o executivo açoriano está a iniciar uma nova cobertura aerofotogramétrica da Região para actualização de toda esta informação descrita e/ou para efectuar cartografia vectorial nas ilhas onde ela ainda não exista.

O primeiro voo a ser efectuado, cujo investimento rondou os 60 mil euros, decorreu na ilha Terceira, que já está concluído, seguindo-se a ilha de S. Miguel com voo já programado.

José Contente assinalou ainda o contributo decisivo da REPRAA - Rede de Estações Permanentes dos Açores – para o apoio a trabalhos cartográficos e que representa um investimento da Região da ordem dos 200 mil euros. Estas estações fornecem informação georeferenciada a um conjunto de técnicos que trabalham na área da topografia e que necessitam de informação rigorosa e eficiente.

O governante relembrou que os países e regiões que apostarem no desenvolvimento cartográfico seguem na linha da frente para novos projectos europeus, como o Galileu, fazendo referência ainda ao facto de a própria cartografia dos Açores constar já do Google Earth e no Virtual Earth da Microsoft.



GaCS/VS

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