O Secretário Regional da Saúde disse hoje que o Governo está a fazer um aposta sem precedentes nos cuidados primários de saúde, reforçando o número de médicos de família e investindo nos cuidados domiciliários.
No discurso proferido na sessão de abertura das XI Jornadas dos Médicos de Família dos Açores, Miguel Correia disse que são áreas que dão um contributo importante para a sustentabilidade do sistema de saúde, uma vez que diminuem a pressão nos serviços de urgência e nos cuidados hospitalares.
Existem hoje mais médicos de família e a situação melhorou com a vinda dos oito médicos da Colômbia, que estão a fazer um bom trabalho, dando apoio a quem precisa de médico e com os quatro novos médicos que terminaram a especialidade.
Mesmo assim, ainda são precisos mais profissionais e no futuro tal continuará a acontecer tendo em conta o número de aposentações previstas que canalizarão a totalidade dos novos médicos em formação.
Em resposta a quem afirma que existem soluções no país, o Secretário da Saúde disse que apesar dos incentivos e das excepções administrativas concedidas não tem sido possível preencher os quadros e não é segura a vontade dos médicos aposentados de voltarem a trabalhar, pois tal não aconteceu quando não havia qualquer impedimento.
Por outro lado, as soluções que apostam no recurso a convenções com privados conduzem normalmente ou a um aumento de custos para o Estado.
A solução passa, segundo Miguel Correia, pela contratação de médicos estrangeiros e pela criação, no âmbito do acordo colectivo de trabalho, de um incentivo financeiro para o alargamento das listas de utentes.
A sustentabilidade do sistema de saúde também se consegue dando cumprimento às normas de orientação clínica que têm vindo a ser publicadas pela Direcção Geral da Saúde, a nível nacional e subscritas pela Direcção Regional de Saúde. São normas que dizem respeito à normalização da prescrição, quer de meios complementares de diagnóstico e de terapêutica, quer de medicamentos.
“Não se pede para diminuir o grau de exigência no diagnóstico ou reduzir a oferta terapêutica, pede-se para serem evitadas as duplicações e redundâncias, clinicamente dispensáveis ou o recurso continuado a medicamentos cujo sucesso terapêutico não está evidenciado porque acabaram de chegar ao mercado, quando existem outros medicamentos de primeira linha e de menor custo”, frisou o Secretário da Saúde.
GaCS







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