terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Intervenção do Presidente do Governo


Texto integral da intervenção do Presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, proferida hoje, no Topo, na cerimónia de lançamento da 1.ª Pedra da obra de recuperação do edifício da Casa dos Tiagos para instalação de um Centro de Dia e de um ATL da Casa do Povo do Topo:



“Com este ato simbólico, que assinala o início das obras de remodelação e recuperação da Casa dos Tiagos, o Governo concretiza um objetivo que tardava mas que se impunha: o da recuperação desta edificação histórica oitocentista, classificada, aliás, como imóvel de interesse público.


Fico, pois, muito satisfeito porque, simultaneamente, preservamos este património, que serviu até de escola primária a várias gerações, recuperamos a sua importância no edificado e na afetividade local, valorizamos a cinquentenária Vila do Topo e criamos mais serviços neste lugar.


Trata-se de um investimento do Governo que em todas as suas componentes custará mais de 600 mil €, tendo um prazo de execução de pouco menos de um ano. Aqui funcionarão espaços de acolhimento abertos a todas as gerações, promovendo a familiaridade, a ocupação útil das pessoas, e proporcionando a disponibilização de um conjunto de serviços de atendimento e de acção social e cultural.


Para além dos serviços sociais, gostava também que este espaço fosse um espaço de convivialidades e vivências para os que visitam esta vila pioneira, tomando contacto directo com os residentes e com conteúdos explicativos sobre a história local, o que foi o concelho que liderou e o que é a ilha que integra. Já dei instruções, por isso, para que se elaborem os projectos necessários à instalação faseada dessas valências que reforçarão as funcionalidades e pro-atividade deste equipamento.


Esta obra da Casa dos Tiagos será, assim, um benefício para o Topo, tal como outras o foram, como a Escola, a pavimentação de vários caminhos agrícolas e de estradas regionais, a abertura do centro da RIAC (a Rede Integrada de Apoio ao Cidadão), os apoios sociais como no caso do Centro Paroquial de Santo Antão, e, por exemplo, o financiamento do Governo à construção da Finisterra e ao seu reequilíbrio financeiro, considerando o peso da atividade pecuária e da indústria queijeira que lhe está associada. Apenas ainda não fizemos uma obra mais profunda, como alguns nos têm pedido, no caso do porto de pescas, mas, certamente, essa é uma obra que não se deixará de fazer. Importa, sem dúvida, continuar a dotar a Vila de boas condições de vida e de fixação das pessoas, considerando a quebra populacional que sucedeu ao sismo de 1980 e evitando que ela se acentue até níveis irreversíveis.


Estou convencido de que, graças aos investimentos que temos feito, teremos sucesso, e que, uma vez ultrapassada a crise que também chegou e nos aflige nos Açores, cresceremos de novo e de forma sustentada.


Estamos, agora, a dar grande prioridade às questões da ajuda à economia empresarial e ao emprego – porque nesses setores está a fonte de muitos problemas – bem como aos aspetos de gestão orçamental que impeçam que a Região siga o caminho de bancarrota que, por exemplo, aconteceu na Madeira.


Todavia, não podemos descurar o investimento na protecção social e na rede de instituições que, em todas as ilhas e concelhos, asseguram importantes níveis de coesão social. É por isso que cerca de 250 instituições são financiadas pelo Governo, de modo a desenvolver um trabalho de apoio social que vai desde o apoio à infância, juventude e idosos até à ajuda às famílias e pessoas com problemas de disfunção e ou insuficiência de capacidades de gestão, ou a pessoas com deficiências, com necessidades formativas e ocupacionais especiais, ou nos casos das toxicodependências. É um grande esforço financeiro do nosso Governo – superior a 50M€ por ano – ao qual, por vezes, não se dá o valor de que é merecedor, mas graças ao qual temos defesas e garantias nos Açores superiores àquelas que existem no restante território nacional.


Em breve, nesta ilha, entrará em funcionamento o lar de idosos da Calheta e a creche e jardim-de-infância da Casa de Previdência de S. José, num total de investimento superior a 4,5 milhões de euros; e vamos também dar início às obras de remodelação do centro de atividades ocupacionais e lar residencial para pessoas portadoras de deficiência da Santa Casa da Misericórdia das Velas, correspondendo a um esforço público de cerca de 800 mil euros.


Nos últimos 15 anos aumentámos em quase 50% a capacidade dos equipamentos dirigidos à infância e juventude em S. Jorge; também aqui, e no mesmo período, aumentámos, em mais de um terço, o número de equipamentos destinados à terceira idade; e, no que respeita á invalidez e à reabilitação, aumentámos em 87% a capacidade de resposta destinada às pessoas com deficiência.


Temos obra feita, e há, bem o sabemos, obra para fazer. Para isso, precisamos de persistir, com determinação e com entusiasmo. Continuar. Continuar para vencer.


Já não serei eu a inaugurar esta obra, mas viverei esse momento, assim o espero, com satisfação. Feliz por saber que estará em boas mãos: nas mãos dos jorgenses do Topo.”



GaCS

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