quarta-feira, 13 de junho de 2012
Diretor da Cultura visita trabalhos de restauro dos frescos parietais da Igreja Matriz de São Sebastião
O Diretor Regional da Cultura, Dr. Jorge Paulus Bruno visitará amanhã, pelas 16h00, os frescos parietais da Igreja Matriz de São Sebastião, na ilha Terceira, a fim de se inteirar do andamento dos trabalhos de restauro deste conjunto de pinturas, que constituem o único conjunto de frescos atualmente conhecido nos Açores e o de maior extensão identificado em Portugal.
Com o intuito de preservar este património inestimável, o Governo dos Açores, deu início a um processo de conservação em 2007, por uma equipa de técnicos de restauro, da Divisão do Património Móvel e Imaterial, da Direção Regional da Cultura, com a coordenação do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico.
Desenvolvendo-se numa altura máxima de 2,52m, os painéis correspondem a dois géneros distintos de pintura: figuras autónomas separadas por molduras decorativas com grotescos, ocupando 8,02m de largura na parede sul; e diversas cenas narrativas estendendo-se por 9,16m na parede norte.
O artista era conhecedor da técnica de execução do fresco, como o comprovam, entre outros: a existência das duas camadas de argamassa de cal e areia, o arriccio ou emboço e o intonaco ou induto; a sinópia muito cuidada e pormenorizada, bem visível nas lacunas dos painéis Entrada de Cristo em Jerusalém e Última Ceia; as delimitações das aplicações de induto, definindo as áreas de argamassa fresca que podiam ser pintadas num dia (giornate, na vertical, pontate, na horizontal); as marcas de execução e de transferência de desenho.
Na parede sul, encontram-se representados, desde a entrada até à porta lateral: São Martinho, Santa Bárbara, Aparição de Cristo a Maria Madalena, Martírio de São Sebastião e Encontro de Santa Ana e São Joaquim diante da Porta Dourada.
Caminhando na mesma direção, no lado norte, observa-se uma maior fragmentação das pinturas, causada pela destruição dos rebocos para inclusão do arco do batistério e da porta de acesso à torre sineira e pelas infiltrações de águas pluviais. Aquela perda tornou impossível a identificação da temática dos primeiros painéis, distinguindo-se apenas a figura de uma Santa trespassada por uma espada. Seguem-se as representações de São Miguel vencendo o Dragão e do Juízo Final, este último considerado um painel único no contexto da pintura mural portuguesa primitiva. A partir da porta lateral, constituem-se registos horizontais mais pequenos do ciclo da Paixão de Cristo: a Entrada em Jerusalém, a Última Ceia, a Agonia no horto e a Prisão.
“Descobertos” pelo Padre Joaquim Esteves no início dos anos 40 e limpos das camadas de argamassa e cal que os cobriam durante a década seguinte, os frescos foram objeto de intervenção pela Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, entre 1954 e 1965, após a classificação da Igreja Matriz de São Sebastião, como imóvel de interesse público, em 1951.
GaCS
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