quarta-feira, 30 de março de 2011

Directora das Comunidades apela aos emigrantes açorianos para que usem o português no lar


Quem fala inglês, espanhol e português “consegue comunicar com mais de metade da população do mundo, circunstância que poderá abrir portas de sucesso profissional e pessoal a muitos jovens das comunidades açorianas nos EUA e pelo mundo fora”.

A afirmação é da Directora Regional das Comunidades e foi feita no XXXV Congresso de Educação e Cultura, que decorreu na cidade de Tulare, Califórnia, numa organização do Luso-American Education Foundation.

Graça Castanho apelou, por isso, aos pais que usem o português no lar, “pois essa é a única maneira natural e ecológica de aprendizagem das línguas e o garante do interesse pela sua aprendizagem formal, em contexto escolar, mais tarde”.

Lembrou igualmente a importância das gerações mais novas visitarem os Açores “para um encontro ou reencontro com as origens, com as raízes seculares que determinam formas de ser e de estar no mundo muito particulares dos açorianos que partiram e dos que ficaram nas ilhas”.

Para a Directora Regional das Comunidades, “a manutenção da língua portuguesa nos EUA, onde existem 50 milhões de falantes do espanhol, ganha uma relevância única e inusitada” naquela parte do globo, “uma vez que um indivíduo capaz de falar o idioma luso aprende com bastante facilidade o espanhol”.

Na ocasião, Graça Castanho fez ainda referência às actividades que a DRC planeia desenvolver com vista à aproximação dos Açores às comunidades açorianas ou açor-descendentes radicadas no estrangeiro, tendo destacado algumas iniciativas como o Prémio Jornalismo Comunidades, o Encontro de Órgãos de Comunicação Social, a Bolsa de Estudo Dias de Melo para alunos pré-universitários e o Congresso da Metrópolis sobre Migrações.

A Directora Regional aproveitou também a oportunidade para desafiar os congressistas a participarem em dois novos projectos, “Ao Colo da Língua Portuguesa” e “Diga-nos o seu desejo”.

Segundo explicou, o projecto “Ao Colo da Língua Portuguesa” visa, em parceria com o Grupo Bensaúde, a oferta às famílias açorianas com crianças até aos cinco anos de um kit de livros infantis em português, acompanhados de um conjunto de materiais promocionais dos Açores e de uma mensagem do Presidente do Governo dos Açores.

Sobre o projecto “Diga-nos o seu sonho”, pediu aos presentes para enviarem mensagens para a DRC com desejos que gostariam de ver concretizados. A partir de Abril, será realizado um sonho por mês de um açoriano proveniente de uma das comunidades açorianas ou açor-descendentes.

Adiantou ainda que os resultados deste projecto, que também conta com o apoio do Grupo Bensaúde, “serão alvo de publicação e ou divulgação em alguns jornais, rádios e canais de televisão de língua portuguesa nas comunidades e na Região. “Com esta estratégia, as pessoas tomarão conhecimento dos desejos que nos forem transmitidos e do sonho que será realizado em cada mês”, disse Graça Castanho.

Durante a sua deslocação às comunidades emigrantes dos EUA, a Directora Regional das Comunidades visitou na Nova Inglaterra os órgãos de comunicação social em língua portuguesa mais relevantes, onde lhe foram feitas várias entrevistas emitidas em directo ou para posterior publicação.

Tal aconteceu no Canal 20, no Portuguese Times, na rádio WJFD, na Voz do Emigrante, no Programa da Manhã de Raul Benevides, e em O Jornal, localizados em New Bedford e Fall River.

Para além dos projectos já referenciados, Graça Castanho informou que está a ser preparado pela Direcção Regional das Comunidades e pela Rede Internacional de Organizações de Serviço Social, nos EUA e Canadá, um programa novo para minimizar os efeitos da deportação através da naturalização de um maior número de indivíduos açorianos antes de terem qualquer problema criminal.

No âmbito deste novo programa, que vai ser oficialmente lançado nos Açores por altura de uma visita do Xerife Thomas Hodgson, do Detention Center de Bristol County, a Directora Regional informou que o Xerife se disponibilizou para levar em mão aos deportados lembranças enviadas pelas suas famílias e amigos.

“Este é um gesto de reconhecido valor por parte do Xerife, o qual vai permitir aos deportados matar saudades do país que eles sentem como seu, das suas famílias e amigos”, lembrou Graça Castanho ao Portuguese Times.


GaCS/DRC/FG

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