quinta-feira, 12 de março de 2015

Avelino Meneses revela que está a ser ponderada a alteração da museografia do Museu dos Baleeiros

O Governo dos Açores está a ponderar a alteração da museografia do Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, afirmou hoje, na Assembleia Legislativa, o Secretário Regional da Educação e Cultura.

Avelino Meneses, que intervinha no debate sobre identificação do processo e técnicas de construção do bote baleeiro, salientou que, com esta alteração, procura-se que, para além da ”invocação da memória baleeira ilhoa”, jamais se “olvide uma referência ao envolvimento arquipelágico”.

“O processo de classificação da chaminé industrial da antiga fábrica das Armações Baleeiras de S. Miguel e a musealização da antiga fábrica da baleia do Boqueirão, nas Flores, um projeto da Sociedade Ilhas de Valor, diz bem do intento de recuperação das estruturas e apetrechos da baleação como património dos Açores”, frisou o Secretário Regional.

Para Avelino Meneses, o trabalho desenvolvido nos Açores com a aprovação de legislação específica a partir de 1998, no capítulo da inventariação, recuperação, preservação e utilização deste património, “corresponde a um dos mais emblemáticos processos de reabilitação de património das últimas décadas” desenvolvido em Portugal.

Esta situação, acrescentou, deve-se também “em muito, ao entusiasmo das populações, enquadradas pelas próprias autarquias, mas muitas vezes espontaneamente organizadas em associações de cidadãos".

"Com tudo isto, acontece entre nós o renascimento do culto do mar e nós somos, essencialmente, o mar”, enfatizou.

Na sua intervenção, Avelino Meneses salientou ainda que, com a publicação em diferentes suportes do inventário do património baleeiro imóvel dos Açores, um trabalho realizado recentemente pelo Observatório do Mar dos Açores, “esse inventário serve agora de sustentáculo à definição de uma estratégia de salvaguarda geral para todo o arquipélago, para cada uma das nossas ilhas”.

O Secretário Regional da Educação e Cultura, que reconheceu a "singularidade” do bote baleeiro micaelense, com apenas uma unidade no ativo, dado constituir, “em parte, uma derivação da baleeira norte-americana, sem a introdução de outras caraterísticas que decorreram nas demais ilhas dos Açores”, considerou a proposta em discussão no plenário, que foi aprovada por unanimidade, como “mais um contributo” para o estudo da baleação nos Açores e “mais uma prova das afinidades atlânticas de toda a nossa história”.


Anexos:
2015.03.12-SREC-BoteBaleeiro.mp3

GaCS

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