O Governo dos Açores está empenhado em “reforçar cada vez mais as ligações institucionais com as organizações políticas, sobretudo de natureza estadual ou provincial, das comunidades que acolheram emigrantes açorianos”, garantiu, esta sexta-feira, em Toronto, o Secretário Regional da Economia, no final de um encontro com o Primeiro-Ministro da Província do Ontário, no Canadá. Nesse sentido, o governante açoriano transmitiu a Dalton McGuinty o convite do Governo dos Açores para que este possa visitar a Região oportunamente.
Vasco Cordeiro, que falava aos jornalistas após esse encontro, salientou o facto desta aproximação entre entidades políticas “conduzir a que quer as próprias comunidades açorianas, quer a própria Região, possam daí retirar grandes benefícios” uma vez que, adiantou, “os Açores têm uma grande riqueza para transformar esse potencial em realidade”. “No contexto actual de grandes desafios com que somos confrontados essa necessidade torna-se ainda mais premente”, disse.
Nesse sentido, o Secretário Regional da Economia garantiu o “empenho do Governo dos Açores para fazer tudo o que for possível para reforçar ainda mais esse trabalho de aproximação a estas instituições, fazendo com que ele se alargue de forma a atingir um novo patamar em que a Região se afirma política e institucionalmente no exterior”.
Para Vasco Cordeiro “é possível que os açorianos aqui no Canadá beneficiem do facto dos Açores serem o que são hoje, mas, e isso é também muito importante, os Açores têm igualmente muito a ganhar de uma comunidade emigrante activa, esclarecida e empenhada política, económica e socialmente”.
Já ao final do dia, durante a Noite da Juventude, inserida no programa da XIV Semana Cultural Açoriana, organizada pela Casa dos Açores do Ontário, Vasco Cordeiro defendeu, por isso, ser “necessário que cada vez mais os açorianos emigrados tenham uma postura de participação efectiva nas comunidades de acolhimento”, advogando que “o facto de ser um bom canadiano não significa ser menos açoriano, bem pelo contrário: afirmar-se, comprometer-se e participar activamente é uma mais-valia e a Região também beneficia disso, como acredito que os emigrantes também têm a beneficiar de uma comunidade forte e politicamente activa”.
Vasco Cordeiro confessou ainda ficar impressionado “por verificar que há um grupo de compatriotas que aqui, a muitos milhares de quilómetros de distância, acabou por se organizar a através desta instituição, a Casa dos Açores do Ontário”. Esta instituição, referiu, “dá um testemunho de açorianidade, não apenas na defesa das nossas tradições e cultura, mas sobretudo, e isso é muito importante, contribuindo para a afirmação do nome dos Açores no Canadá. Isso é fundamental hoje em dia já que se assiste à necessidade muito premente de uma defesa intransigente das nossas raízes”.
“Os Açores são hoje uma região que necessita ser conhecida e necessita ser devidamente apresentada à juventude descendente de emigrantes. É uma região que constitui porta de entrada na Europa, uma região que fez um percurso memorável desde a instituição da Autonomia, e que hoje se apresenta com potencialidades muito grandes e sobretudo uma região de vanguarda em algumas áreas que são preocupação comum um pouco por todo o mundo, como é o caso, por exemplo, das energias renováveis”.
Por isso, acrescentou, “é fundamental que a juventude que ouve falar dos Açores pela voz dos seus pais e dos seus avós tenha conhecimento que os Açores de hoje são muito diferentes dos de há uns anos atrás”.
Segundo Vasco Cordeiro “a juventude descendente de açorianos constitui um dos grandes potenciais que os Açores têm no exterior, não apenas para a afirmação da nossa cultura aqui no Canadá. Julgo que todo o percurso que foi feito até este momento de apoio e de incentivo da parte do Governo dos Açores permite-nos ambicionar uma cada vez maior afirmação da Região”.
No que aos jovens diz respeito, defendeu ainda o governante, “o Governo tem feito na Região um trabalho considerável. Os Açores são das regiões do país que têm o desemprego mais baixo e isso não é fruto do acaso. Deve-se a um conjunto de políticas quanto à formação e qualificação dos nossos recursos humanos para que os jovens tenham habilitações num conjunto variado de sectores económicos e para que, assim, tenham cada vez melhores condições de entrada no mercado de trabalho e possam ver as suas ambições satisfeitas”.
GaCS
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