Carlos César: “Onde estavam, há década e meia, as pessoas portadoras de deficiência?”

No momento em que presidia ao lançamento da primeira pedra do Centro de Atividades Ocupacionais da Santa Casa da Misericórdia das Velas – que permitirá apoiar cerca de trinta pessoas portadoras de deficiência – Carlos César confessou que muitas vezes pergunta a si próprio onde estariam, há dezasseis anos, as pessoas com problemas semelhantes que não dispunham dos apoios agora disponíveis.

Não havendo, há década e meia, nos Açores, a rede de infraestruturas que se estende agora a praticamente todas as ilhas, o Presidente do Governo respondeu que essas pessoas “só poderiam estar esquecidas, escondidas, abandonadas, desprotegidas – da sorte e dos poderes públicos.”

Mas, como acrescentou, se a sorte é a sorte, já os poderes públicos “não têm desculpa nenhuma”, valendo no momento presente a alteração que foi feita, na região, com a criação de 35 equipamentos de apoio social para pessoas portadoras de deficiência, equipamentos esses cujo funcionamento representou, só em 2011, um custo de seis milhões de euros.

“Temos muita honra e muito orgulho em empenhar os nossos recursos em despesas que valem a pena, porque o apoio às pessoas e às famílias – por causa dos seus sofrimentos e das suas fragilidades – não pode e não deve ser negado, especialmente quando se dirige à proteção dos pobres, das crianças, dos idosos e das pessoas com deficiência”, afirmou o Presidente do Governo.

Sublinhando que “é isso que é preciso que o Governo continue a fazer”, realçou o trabalho desenvolvido pelas instituições particulares de solidariedade social e contratado através de protocolos de apoio, numa rede social “que nos orgulha e que honra e distingue os Açores no plano social.”

Carlos César sublinhou também que a rede social açoriana permite maior proximidade, garantindo que “nós conhecemos os nossos pobres, nós não olhamos para o lado perante a pobreza ou perante as dificuldades.”

Para o governante, “quem não conhece os seus pobres ganha na estatística, mas não ganha na honorabilidade social”, pelo que agradeceu a todos quantos, nas muitas instituições regionais, “acompanham esse sentimento de partilha social, de compreensão do seu papel na sociedade e que se esforçam para que tudo corra melhor e para que quem precisa possa ser ajudado.”

O Presidente do Governo não deixou de acentuar, a propósito, que tudo isso acontece numa altura em que, “a nível nacional, se tomam medidas que penalizam as famílias, que penalizam os idosos, que penalizam as famílias numerosas e as crianças.”

E Carlos César disse mesmo que a existência de respostas, nos Açores, aos problemas das pessoas, é “fundamental que seja ampliada, qualificada, e que, com isso, dê segurança e maior tranquilidade às nossas famílias.”

As obras que hoje tiveram, simbolicamente, o seu início, representam um investimento governamental de mais de 1,1 milhões de euros.


Anexos:
2012.07.09-PGRnaPrimeiraPedraCAOdasVelas.mp3


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