A informação foi avançada pelo Secretário Regioal da Presidência durante a discussão, na Assembleia Legislativa, do relatório sobre a audição parlamentar da Direção da RTP/Açores e da Subcomissão de Trabalhadores daquela empresa.
Para André Bradford, o Governo está preocupado porque a audição à Direção denota
“uma certa falta de conhecimento e de detalhe naquilo que diz respeito à informação relativa à gestão do próprio centro regional”.
Simultaneamente, nota-se também “um excesso de filosofia, acompanhada de uma ausência de planeamento estratégico naquilo que diz respeito aos conteúdos e ao modelo de emissão e de programação da RTP/Açores”, acrescentou o governante.
Por outras palavras, sintetizou André Bradford, temos uma nova Direção que, perante os deputados desta Casa, quando ouvida, “não sabe muito bem com que linhas se cose e não faz qualquer ideia do que fará nos próximos tempos”.
Segundo referiu o Secretário Regional da Presidência, esta audição permite ainda perceber que, "nesta fase, a Direção não sabe muite bem o que será a RTP/Açores e não sabe com que meios financeiros poderá contar para implementar o seu modelo”.
Considerou também ser “preocupante” que a Direção da RTP/Açores esteja “à espera da opinião de uma série de entidades externas para definir o que quer para o centro regional”.
“Eu pensava que era o contrário”, observou André Bradford, adiantando que seria de esperar que, havendo nos Açores um centro autónomo de produção da RTP, as pessoas que o dirigem “tivessem um pensamento sobre aquilo que queriam para o serviço público regional de rádio e televisão, tivessem uma ideia concreta do que pretendiam fazer, tivessem uma ideia dos meios financeiros que necessitariam para por isso em prática”.
Aliás, um dos membros da Direção, ouvido na comissão parlamentar, fez sempre questão de destacar que a RTP/Açores “é um canal de televisão público nacional descentralizado”, para dizer que não é uma televisão regional, sublinhou o governante.
Na opinião do Secretário Regional da Presidência, hoje em dia, quando falamos na RTP/Açores, “estamos a falar de uma sucursal de porta e janela da Administração em Lisboa que, por sua vez, é a voz do acionista, que por sua vez é o Ministro Miguel Relvas”.
“Como é que uma Direção que diz não ter capacidade nem poder de decisão sobre as instalações, sobre o modelo de funcionamento, sobre a programaçao, logo a seguir diz que aplicou uma decisão que melhora e aumenta a autonomia do Centro Regional de Rádio e Televisão nos Açores?”, questionou Ancré Bradford.
Para o governante, as declarações da Direção da RTP/Açores na audição com o Comissão Permanente de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho são “confusas, contraditórias e pouco definidas” e deixam-nos “fundadas razões de preocupação” em relação aos próximos tempos do centro regional da RTP no arquipélago.
Anexos:
2012.07.04-SRP-AudiçãoDireçãoRtpAçores.mp3
GaCS
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