quinta-feira, 5 de julho de 2012

Soluções a aplicar nos Açores devem ter a sua génese nas ilhas, defende Secretário do Ambiente e do Mar


O Secretário Regional do Ambiente e do Mar defendeu quarta-feira à noite, na Horta, que as soluções a aplicar nos Açores, em matéria de organização administrativa como em todas as outras, devem ter a “sua génese” no arquipélago e constituir “respostas concretas” aos problemas de quem escolheu viver nas ilhas.

A ideia foi expressa por Álamo Meneses durante a sessão solene comemorativa do 179.º aniversário da elevação da Horta de vila a cidade, à qual presidiu em representação do Presidente do Governo.

Para o governante açoriano, num tempo como este, em que “muitas das nossas certezas deixaram de ser certezas”, é importante “fazer alguma reflexão e pensar aquilo que queremos para o futuro” dos Açores.

Quando “muito daquilo que nós julgávamos como adquirido passou a estar ameaçado, quando ouvimos falar na extinção de freguesias e em alterações profundas na maneira como o nosso viver está estruturado, particularmente na vertente administrativa”, é fundamental fazer essa reflexão, insistiu o Secretário Regional do Ambiente e do Mar.

Segundo defendeu, aquilo que os Açores e os Açorianos querem para o futuro “é a continuação de um processo de desenvolvimento e de autoafirmação”, que passa, antes de mais, por “sermos capazes de assumir nas nossas mãos o nosso destino coletivo”.

Por outro lado, acrescentou Álamo Meneses, “não pode haver autonomia sem responsabilidade e sem os recursos necessários para que essa autonomia exista”, o que implica “um repensar daquilo que são as nossas prioridades e daquilo que é a alocação de recursos que fazemos”.

A autonomia, seja ela municipal, regional ou até nacional, “só pode existir se tiver por detrás de si os recursos necessários à sua sustentação”, argumentou.

Conforme defendeu, o que queremos para o futuro tem que ser visto, cada vez mais, “não no contexto das grandes obras e das grandes infraestruturas”, já essa fase está na fase final, mas sim na “alocação de recursos no sentido de criarmos qualidade de vida, desenvolvimento e particularmente sustentabilidade”.

Em termos de sustentabilidade, Álamo Meneses considerou mesmo que a cidade da Horta “pode ser líder” na Região e no País, já que tem um apreciável conjunto de recursos do ponto de vista do seu posicionamento no Atlântico, daquilo que já são as suas infraestruturas e da possibilidade de crescer e desenvolver os seus recursos humanos.

Disse também que a presença do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores na Horta é um dos seus “grandes trunfos”, ligado ao mar e a uma “crescente consciência” do que são os recursos existentes no oceano para além das pescas e daquilo que é a sua utilização tradicional.

Esses recursos à volta do mar podem trazer à Horta “uma nova centralidade e abrir um novo período de crescimento e de expansão do bem-estar dos seus habitantes, do crescimento sustentado da sua economia e do desenvolvimento que por essa via trará aos Açores”, disse o governante.

O Secretário Regional do Ambiente e do Mar lembrou ainda que a Horta é indubitavelmente a “cidade mais arquipelágica” dos Açores, o que considerou ser uma “vantagem e um recurso que nenhuma outra tem”, que é o recurso “de contar não apenas imediatamente consigo, mas com o conjunto e de fazer parte do conjunto”.

Álamo Meneses defendeu ainda a necessidade de “criar um relacionamento mais estreito entre as nossas ilhas”, adiantando que “temos que desenvolver uma comunalidade de interesses e de vontades que não tem existido no nosso passado”.

Depois de lembrar o contributo que a Horta deu aos Açores, a Portugal e ao Mundo, pois, como sublinhou, “estamos numa cidade que também tem um papel e um posicionamento que extravasa em muito este espaço geográfico em que nos inserimos”, Álamo Meneses sublinhou que o Faial tem infraestruturas, tem uma população educada e tem um conjunto alargado de competências, o que lhe permite augurar “um futuro brilhante”.


Anexos:
2012.07.04-SRAM-AniversárioCidadeHorta.mp3


GaCS

Sem comentários: