sexta-feira, 25 de julho de 2014

Centros de Saúde dos Açores terão papel mais ativo no tratamento das dependências, afirma Luís Cabral

O Secretário Regional da Saúde defendeu hoje que os médicos de Medicina Geral e Familiar devem ser “os principais gestores dos doentes com dependência”, tirando partido “da proximidade” que os centros de saúde proporcionam.

Luís Cabral, que falava na abertura da ação de formação sobre terapêutica dual, que decorreu no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, frisou que, para o Serviço Regional de Saúde, “as dependências são uma doença”, tal como é a hipertensão ou a diabetes, que se desenvolve num contexto sociocultural do qual os médicos de família “têm uma visão clara”.

“Esta proximidade permite não só uma componente de tratamento que é importante e fundamental como também o necessário enquadramento psicossocial”, observou Luís Cabral.

Segundo o Secretário da Saúde, esta opção, não invalida que se constituam grupos diferenciados ao nível dos hospitais com a colaboração da psiquiatria, que é fundamental na gestão destes casos, mas, como em todas as áreas da ciência médica, esses grupos “devem, fundamentalmente, servir de apoio à atividade do Médico de Medicina Geral e Familiar”.

Luís Cabral referiu-se também ao Sistema de vigilância de Comportamentos de Risco que foi implementado junto dos alunos do 6º ao 12º ano “que permitirá dispor de indicadores concretos dos comportamentos de risco na população jovem”.

Os dados já disponíveis mostram que, por exemplo, cerca de um terço dos jovens entre o 6º e o 8º ano já experimentaram fumar e que cerca de metade dos jovens até ao12º anos já o fizeram, pelo menos uma vez.

O inquérito, que abrangeu, neste primeiro ano, cerca de seis mil alunos, em todas as ilhas, mostra também que 17% dos jovens até ao 12º ano já teve contato com drogas leves, “um número que deve merecer a nossa atenção e ser alvo de uma intervenção muito direta”, disse Luís Cabral.

Segundo o Secretário da Saúde, vão desenhar-se “ações concretas” que vão de encontro a estes comportamentos de risco e a partir dos próximos anos, aplicando o mesmo inquérito, da mesma forma e à mesma população, “se poderá perceber se há diminuição ou não das diversas incidências”.

“Se houver uma redução e um impacto positivo é sinal que são ações válidas e que devem ser continuadas, caso contrário devem ser reformuladas”, afirmou Luís Cabral.

A ação de formação, que decorreu hoje em Angra e ontem na Horta, é dirigida a profissionais de saúde, entre os quais Médicos de Medicina Geral e Familiar, que acompanham doentes que sofrem de dependências patológicas e que importa estarem informados sobre novas formas de intervenção e tratamento nesta área.


Anexos:
2014.07.25-SRS-TerapêuticaOpióide.mp3

GaCS

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