sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Estratégia europeia para o Mar não pode esquecer “áreas emergentes”, defende Álamo Meneses


A estratégia europeia para o Mar não pode deixar de fora novas áreas que vão surgindo devido ao progresso tecnológico, como é o caso da genómica e da utilização dos recursos do mar profundo.

A opinião é do Secretário Regional do Ambiente e do Mar e foi expressa hoje, na Horta, na abertura do primeiro de cinco workshops do Fórum Atlântico subordinado ao tema “Recursos naturais costeiros e do mar profundo”.

Segundo referiu Álamo Meneses, entre estas novas áreas figuram, por exemplo, a exploração dos minerais e dos recursos energéticos que estão no fundo do mar e a própria utilização do Mar como recurso para a produção de energia e para a produção de outras matérias-primas.

“São áreas emergentes, mas são áreas que pela sua importância e pelo seu potencial futuro devem desde já integrar as estratégias da União Europeia para o Mar”, defendeu o governante.

O Secretário do Ambiente e do Mar justificou o especial interesse dos Açores na inclusão destas áreas na estratégia europeia para o Mar com o facto de o arquipélago estar rodeado de fundo marinhos “muito diversificados, extremamente interessantes e potencialmente ricos em recursos”.

De acordo com o governante, constituem igualmente “matérias fundamentais” a incluir na estratégia europeia para o Mar as questões que têm a ver “com o desenvolvimento tecnológico e científico, com a coordenação da investigação nas áreas do Mar e, em particular, com a coordenação da investigação oceânica”.

“Nenhum dos Estados-Membros, por si só, pode conduzir uma política em matéria de investigação, de ciência e de tecnologia isoladamente”, sublinhou Álamo Meneses, adiantando ser necessário, por isso, “partilhar recursos” e sermos capazes de, a nível europeu, construir um cluster em torno do conhecimento do Mar e das tecnologias do Mar.

Desta forma, argumentou o governante, seria possível potenciar a “sustentabilidade do desenvolvimento económico” e, em particular, “trazer tecnologias mais avançadas” às regiões costeiras e arquipelágicas da Europa.

Lembrou ainda que as questões da pesca têm nos Açores “um significado também extremamente importante”, já que a economia do arquipélago tem nesta atividade um dos seus pilares. Por essa razão, tudo aquilo que afete a pesca – seja do lado da conservação, da gestão dos recursos, da comercialização, dos transportes, da regulação – “tem um efeito direto e imediato extremamente importante sobre a economia dos Açores”, acrescentou.

Álamo Meneses sublinhou ainda que, nos Açores, as questões do Mar “são centrais em todas as políticas”, sejam aquelas que tradicionalmente estão ligadas ao oceano, sejam outras que em regiões diferentes têm uma relação muito mais pequena com o Mar.
Para além dos transportes, as questões do ordenamento do território e da conservação da natureza são aqui nos Açores questões que têm a ver essencialmente com o oceano, com a costa, com a erosão e com a proteção de obras marítimas, referiu o Secretário do Ambiente e do Mar.

O governante sublinhou ainda que questões como o clima, as mudanças climáticas e o impacto que essas mudanças podem ter sobre a atividade económica em ambientes insulares têm nos Açores ”um efeito imediato e sensível”, muito diferente do que sucede noutras regiões europeias.

O Secretário Regional disse ainda que alargamento da União Europeia “puxou o centro de gravidade” mais para a zona continental, importando que essa visão do centro para a periferia deva ser complementada, sempre que possível, com uma visão diferente, da periferia para o centro. “Esta dualidade de visões tem que estar na base de qualquer estratégia que se queira ter para o Atlântico”, acrescentou Álamo Meneses.


Anexos:
2012.09.21-SRAM-FórumAtlântico.mp3


GaCS

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