sábado, 16 de março de 2013

Governo Regional deseja que a Açorianidade se continue a afirmar como elo entre as várias gerações de açorianos


O Subsecretário Regional da Presidência para as Relações Externas assegurou hoje que o Governo dos Açores não prescinde de assumir um papel de relevo na preservação das especificidades da língua e da cultura na sua dimensão atlântica, que é a Açorianidade.

Rodrigo Oliveira, que falava na sessão de abertura do XIX Colóquio da Lusofonia, que decorre na Maia, Concelho de Ribeira Grande, precisou que o mundo da Lusofonia, “que é um espaço de diálogo, de amizade e de paz”, no que diz respeito à identidade das nove ilhas dos Açores e das suas gentes, que nelas vivem ou na diáspora, se traduz pela Açorianidade.

“É esta Açorianidade que nos enraíza e, ao mesmo tempo, nos dá asas universais e é através da Língua Portuguesa que convivemos, organizamos o nosso pensamento, transmitimos o nosso património cultural, as nossas tradições e costumes, o nosso sentir e viver tão próprios”, salientou.

O XIX Colóquio da Lusofonia, organizado pela Associação Internacional de Colóquios da Lusofonia, reúne diversos especialistas e estudiosos da Língua Portuguesa, alguns deles provenientes do estrangeiro, num fórum cultural que pretende promover e preservar a Lusofonia e a língua-mãe.

Rodrigo Oliveira aproveitou, assim, a oportunidade para salientar que são parte integrante da Açorianidade, como elemento da Lusofonia, não só a população residente na Região, “mas também as vastas comunidades de emigrantes e de descendentes de emigrantes residentes um pouco por todo o globo, por aqueles que retornaram à sua ilha de origem e também pelas comunidades de imigrantes residentes nos Açores”.

Nesse contexto, Rodrigo Oliveira considerou que um grande desafio da Açorianidade e da Lusofonia “prende-se com as novas gerações de açor-descendentes”, a quem se coloca a incitação acrescida de manterem vivas a língua e as tradições do seu país e da sua região de origem.

O Subsecretário Regional salientou que, apesar do ensino e da preservação da Língua Portuguesa nas comunidades da diáspora ser uma competência nacional, “o Governo Regional dos Açores tem apoiado, acompanhado e liderado, ao longo dos anos, um número significativo de atividades ligadas à promoção da língua-mãe”, nomeadamente com o fornecimento regular de bibliografia de autores açorianos e de diverso material didático e a publicação de livros de autores açorianos da diáspora.

Rodrigo Oliveira concluiu que é indispensável criar ao emigrante açoriano “as condições para que ele se sinta, não apenas integrado no país de acolhimento, mas, ao mesmo tempo, enraizado no país de origem”, razão pela qual a língua se assume também como uma ligação entre várias gerações.

O convidado de honra do XIX Colóquio da Lusofonia é o Bispo Emérito de Díli e Nobel da Paz, D. Ximenes Belo, que Rodrigo Oliveira considerou ser “um defensor universal da matriz cultural lusófona, no âmbito do legado histórico e da vontade nacional do Povo de Timor-Leste”.

Para Rodrigo Oliveira, apesar da distância geográfica, Timor-Leste e os Açores têm uma grande “proximidade afetiva”, forjada pela história e ancorada numa profunda amizade consolidada pelo papel da língua comum.




GaCS

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