O Secretário Regional dos Recursos Naturais revelou hoje que o Governo dos Açores tem vindo a manter contactos junto da Comissão Europeia e do Estado Português no sentido de salvaguardar os interesses das conserveiras regionais no âmbito das negociações comerciais que estão a ser restabelecidas entre a União Europeia e a Tailândia.
“O Governo dos Açores tem absoluta consciência do que representa o setor conserveiro” e dos riscos que representa uma eventual liberalização das trocas comerciais com a Tailândia, disse Luís Neto Viveiros, numa intervenção na Assembleia Legislativa durante a discussão de um projeto de resolução apresentado pelo PSD.
Esta iniciativa, que foi aprovada por unanimidade, resulta numa posição da Assembleia Legislativa dos Açores pela exclusão das conservas do processo negocial com a Tailândia.
Luís Neto Viveiros salientou que existem nos Açores quatro empresas, que laboram cerca de 20 mil toneladas de atum por ano, dando trabalho a cerca de 800 pessoas, maioritariamente do sexo feminino.
Assim, considerando a capacidade da Tailândia para produzir conservas mais baratas comparativamente com o espaço comunitário, onde as exigências higieno-sanitárias e laborais são mais exigentes, o Governo dos Açores expressou esta preocupação em abril deste ano, em Lisboa, à Ministra da Agricultura da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas.
A este encontro sucedeu-se outro, em maio, entre o Diretor Regional das Pescas e a Diretora Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos no sentido de acordar uma estratégia para a defesa das conserveiras face a um país que é um dos principais produtores mundiais de conservas de peixe, com destaque para as conservas de atum.
Tal como as associações nacionais e espanholas também manifestaram, o Governo dos Açores vai defender num documento para Bruxelas que as conservas de atum devem ser consideradas como produto sensível e excluídas das negociações, expondo alguns dos argumentos já expressos à Comissária Europeia Maria Damanaki na sua recente visita à Região.
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GaCS
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