domingo, 5 de agosto de 2012
Carlos César: “é preciso permanecermos livres”
O Presidente do Governo escolheu a figura de Ciprião de Figueiredo para integrar o cortejo solene no âmbito da IV Feira Quinhentista da Ribeira Grande. Trajado a rigor de época, tal como a sua mulher, Luísa César, justificou a escolha do corregedor dos Açores durante a crise de sucessão de 1580 e que que organizou a resistência à ocupação filipina, pela sua importância histórica e por ser autor da frase que se tornou a divisa da Região: “antes morrer livres que em paz sujeitos”.
Para Carlos César, a frase “faz muito sentido agora. Acho que não vamos morrer mas é preciso permanecermos livres”, afirmou em declarações aos jornalistas.
Encarnando a preceito a personagem histórica, Carlos César ironizou ao dizer que não estava ali como Presidente do Governo porque “nesta altura (quinhentista) não havia Governo. Estávamos bem pior. Eu era corregedor, que era assim uma coisa meio parecida com o Ministro da República. Mas isso vai acabando com o tempo. Agora já temos um Representante da República, com poucos poderes mas ainda com muitos assessores, mas não tarda que isso acabe também”.
Sobre a importância da Feira Quinhentista da Ribeira Grande, Carlos César considera que a movimentação de forasteiros e locais faz bem á economia local. “Em primeiro lugar acho que é muito justo que os açorianos se divirtam. Além disso acho que estas manifestações, pelo rigor com que são feitas, pela sua tipicidade e pelo seu fundamento histórico, podem constituir cartazes de atração turística e podem fazer parte daquilo que hoje é mais difícil preencher na oferta turística nos Açores, que é a ocupação das pessoas. Se isto tiver sido suficientemente publicitado nos hotéis, nos circuitos externos, nos atos promocionais, este como outros acontecimentos, acho que vale muito a pena fazer. Mas além de tudo é muito divertido”, acrescentou.
Perante um numeroso público assistente e participante, o cortejo solene, além do Presidente do Governo e mulher e do Presidente da Câmara da Ribeira Grande e mulher, integrou dezenas de figurantes, percorreu ontem ao fim da tarde as ruas do Burgo, atual centro histórico da cidade, pontuado por diversas recriações teatrais.
A noite terminou com uma Ceia Manuelina na cascata da igreja Matriz da Ribeira Grande. Recriou-se um Banquete Régio com requintados acepipes das cozinhas de El-Rei D. Manuel, acompanhado pela atuação de todo os grupos presentes na Feira.
A quarta edição da Feira Quinhentista decorre no centro da cidade da Ribeira Grande, sob o tema “No tempo dos Cavaleiros”. Constitui um evento único nos Açores e é organizado pela Câmara Municipal da Ribeira Grande e a Fundação para o Desenvolvimento Sócio-profissional e Cultural da Ribeira Grande, em parceria com a Companhia de Teatro Viv’Arte, especializada em espetáculos de recriação histórica.
No grande mercado da feira, que atraiu milhares de pessoas ao centro da cidade, proliferavam as tabernas de comes e bebes, as ceias manuelinas, os ofícios e artesanato, as arruadas, mostras de armas, danças e bailias, folguedos, torneios a cavalo e animação com jograis, bufões e trampolineiros, bobos, saltimbancos e menestréis, trapezistas, malabaristas e encantadores de serpentes, falcoaria e malabares de fogo.
A realização da Feira Quinhentista tem sempre como pano de fundo as comemorações da atribuição por El-Rei D. Manuel I da Carta de Foral, que elevou o então lugar da Ribeira Grande ao estatuto de Vila.
Anexos:
2012.08.05-PGR-PermanecermosLivres.mp3
2012.08.05-PGR-Corregedor-RepresentanteDaRepública.mp3
2012.08.05-PGR-ImportânciaFeiraQuinhentista.mp3
GaCS
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)







Sem comentários:
Enviar um comentário