terça-feira, 15 de setembro de 2015

Investimento de 15 ME nos matadouros e apoio aos produtores garantem qualidade da carne dos Açores, afirma Neto Viveiros

O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente destacou hoje, na Horta, a elevada conformidade registada nos matadouros dos Açores para todos os padrões de qualidade das carcaças dos animais abatidos.

Os valores resultantes das análises são facultados, em tempo útil, aos produtores de carne, afirmou Luís neto Viveiros, salientando ainda que os valores de PH nas carcaças superiores a 6 foram residuais e não colocam em causa a segurança dos consumidores, mas merecem a maior atenção dos serviços oficiais.

Numa intervenção em plenário na Assembleia Legislativa, o Secretário Regional assegurou que o Governo dos Açores irá “continuar a desencadear todos os mecanismos” necessários junto de produtores, matadouros e comerciantes no sentido de garantir boas práticas e proporcionar todas as condições à fileira da carne para que obtenha os melhores resultados, nomeadamente através do investimento público em curso na rede de abate regional.

Luís Neto Viveiros recordou que o Conselho de Governo aprovou recentemente o lançamento do concurso para a construção do novo Matadouro da Graciosa, concluindo assim a rede regional de abate.

Além desta obra, estão também a decorrer os concursos previstos para este ano, num investimento global de cerca de 15 milhões de euros que vai contribuir para uma ainda maior valorização da carne açoriana.

A empreitada de beneficiação do Matadouro de S. Miguel está em concurso, enquanto a de construção da nova infraestrutura de abate no Faial se encontra em fase final de análise de propostas.

Até ao final do ano, será também lançado o concurso para a empreitada de beneficiação do Matadouro da Terceira.

Estas quatro empreitadas inserem-se nas políticas de dinamização da capacidade de exportação da Região, através da consolidação de estruturas de receção de animais, desmancha, transformação, preparação e valorização dos produtos da fileira da carne.

Neto Viveiros reafirmou toda a disponibilidade do Governo dos Açores para proporcionar à Assembleia Legislativa relatórios dos resultados registados nos matadouros da Região, nomeadamente os referentes aos valores de PH registados e a identificação das suas causas.

Entre janeiro e 11 de setembro deste ano, relativamente a este indicador em concreto, não foram registadas desconformidades no Matadouro do Faial, enquanto no Matadouro de S. Miguel as ocorrências foram inferiores a três por cento, salientou o Secretário Regional.
No Matadouro da Terceira, no mesmo período, apenas foram registadas 7,4% das carcaças abatidas com valores de PH superiores ao valor padrão, por oposição aos resultados de uma tese de mestrado realizada em 2013, num período de três meses.
No Pico, considerando o abate de carne IGP – gado que, pelas caraterísticas do maneio, é mais sujeito aos efeitos do stress de transporte -, esta percentagem é de 10%, suscitando maior atenção para que a carne não perca as suas melhores caraterísticas.
As condições de maneio final dos animais, de transporte até ao matadouro e de abegoaria constituem fatores que podem influenciar o bem-estar dos animais e, em consequência, este indicador, provocando alterações à cor, textura e durabilidade da carne.

Nesse sentido e conforme já havia afirmado em sede de comissão parlamentar sobre esta matéria, além do investimento público em curso nas infraestruturas, os Serviços de Desenvolvimento Agrário e os técnicos dos matadouros têm desenvolvido um trabalho de proximidade e de sensibilização, no sentido de apoiar os produtores na aplicação de práticas que reduzam os fatores que induzem esse tipo de alterações na carne.

Luís Neto Viveiros reafirmou também que não está em causa uma questão sanitária, mas sim de valorização da carne, frisando que os matadouros disponibilizam em tempo útil aos produtores os resultados das análises, podendo os operadores optar por direcionar a carne de menor valor comercial para, por exemplo, produtos transformados.

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GaCS

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