terça-feira, 17 de junho de 2014

Governo dos Açores vai implementar programa de monitorização de obras marítimas, anuncia Vítor Fraga

O Secretário Regional do Turismo e Transportes, Vítor Fraga, anunciou hoje, em Ponta Delgada, que o Governo vai implementar um programa de Observação Sistemática das Obras Marítimas nos Açores (OSOMA), numa parceria entre a Portos dos Açores, o Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC) e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

“Serão assim definidos os procedimentos de observação de todas as infraestruturas marítimas que estão a cargo da Portos dos Açores, prevenindo, através da deteção atempada de anomalias, eventuais danos materiais e humanos, numa monitorização que irá contribuir para uma gestão de risco preventiva”, afirmou o titular da pastas das Obras Públicas, numa intervenção na conferência sobre ‘Risk Management’, organizada pela Açoreana Seguros e pelo Jornal Diário Económico.

Vítor Fraga frisou ainda que programa OSOMA “pretende avaliar o comportamento hidráulico-estrutural das obras marítimas em observação”, acrescentando que há quatro matrizes principais a cumprir através deste projeto, nomeadamente a deteção de anomalias do comportamento das estruturas a tempo de introduzir adequadas correções e assim minimizar as consequências económicas de eventuais avarias, a comparação do comportamento real das estruturas com o previsto em projeto, acompanhando a sua evolução no tempo, a recomendação da realização esporádica de campanhas com recurso a outros métodos de observação mais sofisticados, nomeadamente de zonas imersas, e, por último, a definição de quando, onde e em que circunstâncias devem ser operadas obras de manutenção e/ou de reparação.

“Assim, além da gestão e prevenção dos riscos associados, obtém-se uma gestão mais eficiente dos investimentos a efetuar nas infraestruturas portuárias, possibilitando ainda a aquisição de conhecimento aplicável no desenvolvimento de projetos futuros”, salientou o Secretário Regional, para quem, numa Região como os Açores, em que a gestão de riscos é facilmente associada a fatores ambientais, é “fundamental conhecer de forma exaustiva todos os fatores e dinâmicas naturais que levam a esta introdução de risco, numa perspetiva de prevenir a existência de catástrofes, protegendo assim pessoas e bens”.

Entre alguns exemplos de projetos deste tipo implementados pela Região incluem-se a Rede de Monitorização Hidrometeorológica Automática, composta por 44 estações automáticas com teletransmissão de dados, já em fase final para alargamento a todo o arquipélago, os sistemas de supervisão de vertentes, instalados nas ilhas de Santa Maria e do Pico, o sistema de monitorização, alerta e alarme para a segurança dos visitantes da Furna do Enxofre, na Graciosa, e o programa Segurança+, de vigilância da infraestrutura das pontes e viadutos da Região.

“O conhecimento assim obtido leva-nos igualmente ao desenvolvimento de outras dinâmicas, nomeadamente ao nível da preservação e valorização do nosso património natural e edificado, que permite atingirmos patamares elevados de desenvolvimento sustentável, como acontece, por exemplo, no turismo de natureza, onde a Região é um exemplo reconhecido internacionalmente”, frisou Vítor Fraga.

Outros projetos, como o ARM, na Graciosa, para monitorização das alterações climatéricas, ou a instalação da Estação Espacial e Geodésica em Santa Maria, que permitirá medir o deslocamento das placas tectónicas e cujos dados irão auxiliar na melhor definição de modelos sismológicos, são empreendimentos que, segundo o Secretário Regional, “além de contribuírem para a gestão de riscos baseados em eventos naturais”, permitem também “captar investimento externo para a região, assim como promover a criação de postos de trabalho com mão-de-obra fortemente especializada”.

Na sua intervenção, Vítor Fraga destacou ainda a importância transversal da área da gestão de riscos em todas as atividades, tanto nas entidades públicas como privadas.

“Na atividade governativa, esta é fundamental para que as decisões a tomar em cada momento sejam as mais adequadas para a preservação do bem comum e melhoria das condições de vida de todos os cidadãos”, afirmou Vítor Fraga, salientando que a “a gestão de risco acaba por assumir um papel fundamental na gestão eficiente e excelente”.



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