sábado, 31 de julho de 2010

A aposta do Governo nos projectos de investigação científica e tecnológica colocam os Açores "no centro do Atlântico"




As comunicações e telecomunicações que se estabelecem de Santa Maria ao Corvo, separadas por 600 quilómetros, são fundamentais e desempenham um papel fundamental na economia regional porque aplanam barreiras, eliminam as distâncias e permitem a difusão do conhecimento.

O Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos partiu desta ideia chave para a intervenção que encerrou o Colóquio “O Tempo dos Cabos Submarinos”, que decorreu ontem na cidade da Horta.

José Contente salientou que os novos projectos que existem nos Açores partiram da exploração da tecnologia de que os cabos submarinos foram pioneiros e que antecederam as Redes de Nova Geração. Dentro de cerca de três meses, a ligação entre o Faial, as Flores e o Corvo e entre o Corvo e a Graciosa do chamado anel de fibra óptica, já adjudicada pelo Governo da República, irá permitir aquilo que o governante designou pelo fecho do eneágono digital, afirmando que “estaremos, a partir dessa altura, perante um polígono de nove lados como aqueles eram conhecidos como eneágunos na escola antiga, neste caso digital, e teremos assim uma anel completo que religará todas as ilhas com capacidade e com grande empenhamento das entidades para que os açorianos tenham também acesso a boas comunicações”.

É perante esta agenda digital que o Governo dos Açores tem promovido, responsável pela materialização de inúmeros projectos de ponta nos Açores, que o Secretário Regional reafirma que o arquipélago está, geográfica e tecnologicamente falando, no centro do Atlântico e não na ultra-periferia da Europa, prova disso foi a instalação da Estação Espacial Europeia em Santa Maria, onde está também sedeado o Centro de Segurança e Vigilância Marítima do Atlântico Norte.

“É por isso que o estado português pode contar também com estas tecnologias da informação e da comunicação para estar ligado ao mundo, que desempenham um papel importante no centro do Atlântico, e estabelecem a ponte entre a Europa e a América, só possível com projecto estruturantes para nós podermos ganhar o futuro”, disse o governante.

José Contente relembrou os inúmeros projectos que ilustram “a alma moderna, o nosso estado da arte ao nível das tecnologias da informação e da comunicação”, dando como exemplo o protocolo assinado com o Governo espanhol e com o Instituo Geográfico Nacional de Espanha para a instalação de mais duas estações de radioastronomia e de geodesia, uma em Santa Maria e outra nas Flores, garantindo, desta forma, mais emprego qualificado e mais investimento avultado, neste caso superior a 15 milhões de euros.

“Mas há muitos outros projectos existem nos Açores que qualificam a nossa Região”, referiu, apontando a estação de climatologia em altitude Pico-Nare, na ilha do Pico, a estação ARM para mediação da radiação atmosférica e a central de monitorização de ensaios nucleares, ambas na ilha Graciosa, as nove estações GNSS “que permitem que os que trabalham com tipografia e cartografia consigam fazer georeferenciação à velocidade de um clique no computador. Existe actualmente uma cartografia digital muito avançada nos Açores e que está presente no Virtual e no Google Earth, da Microsoft”, frisou.

O Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos acrescentou ainda que os Açores têm dado respostas eficazes e estão na linha da frente em alguns desígnios tecnológicos e científicos nacionais e internacionais e “é prosseguindo este rasto de futuro e este pulsar digital que continuamos a acreditar que é com base num sistema científico e tecnológico que na Região conseguiremos dar mais e melhores passos”.

É perante estas visão de modernidade assente na evolução tecnológica e numa “economia hipocarbónica” que o executivo açoriano irá continuar a apoiar a concretização de projectos que de algum modo devem apresentem soluções científicas para os problemas dos Açores e que permitam, igualmente, a inovação empresarial e industrial.

“É para servir este propósito que nós entendemos a investigação e o investimento nesta área que está a ser feito nos Açores, que deve servir os nossos desígnios e aspirações, e neste quadro temos grande satisfação pelo trabalho que está a ser feito sobretudo por alguns pólos de investigação da Universidade dos Açores, como o Centro de Excelência do Mar da Horta, ele representa já um passo nesta caminhada de investigação e de evolução, um exemplo onde se utiliza o conhecimento em favor do desenvolvimento, mas também futuramente com Parque Tecnológico de S. Miguel, mais ligado às ciências da terra, e o Instituto de Biotecnologia da Terceira, ligado à biomedicina e às áreas de ponta da medicina”, sublinhou o governante ontem à noite no Auditório da Biblioteca Municipal da Horta.

Após o colóquio José Contente inaugurou ainda a exposição “A Horta no Tempo nos Cabos Submarinos”.



GaCS/VS

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