quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Carlos César disse a Cavaco Silva estar preocupado com a falta de financiamento da banca às empresas


Carlos César revelou esta tarde ter manifestado ao Presidente da República a grande preocupação do Governo Regional com as carências de financiamento do sector privado.

“A banca, nos Açores, não tem mostrado grande disponibilidade para apoiar investimentos que estão em curso por parte das empresas privadas, investimentos que estão neste momento pendentes de incentivos públicos e que já estão prontos a iniciar”, afirmou.

Sublinhando a preocupação do seu executivo, o Presidente do Governo Regional disse mesmo que “se adicionarmos o clima de restrições e a quebra de consumo próprios desta conjuntura de crise à incapacidade da banca em alavancar investimentos que são fundamentais os Açores, então ficamos numa situação muito pior e com consequências também na criação de emprego e de riqueza.”

Carlos César, que falava no final de uma reunião que teve, na Graciosa, com Cavaco Silva – durante a qual esteve acompanhado do Vice-Presidente, Sérgio Ávila, e do Secretário Regional da Economia, Vasco Cordeiro, teve a oportunidade de transmitir as preocupações que dominam a governação na Região.

Para além da questão envolvendo o financiamento por parte da banca, o governante disse ter informado Cavaco Silva de que o Governo Regional vai iniciar ainda este mês um protocolo de cooperação e entendimento com o Governo da República, que visa a calendarização, a operacionalização e a execução das medidas constantes do memorando de assistência externa, as quais só podem executadas nos Açores através da acção dos órgãos de governo próprio.

Esse protocolo está a ser trabalhado neste momento por pessoas do Governo Regional e por elementos do Ministério das Finanças, segundo adiantou, sendo certo que, não havendo nenhum problema de financiamento da região, o que está em causa é apenas saber “quais são as nossas responsabilidades no contexto de austeridade que o país tem de atravessar nos próximos anos e também queremos que a nossa situação financeira seja conhecida de todos.”

Para Carlos César “o ideal seria que se pudesse ter nos nossos jornais, na nossa imprensa, uma informação a três colunas: a informação do país, a informação da Madeira e a informação dos Açores – e todos trabalharmos, na mesma, para o bem do país.”

Frisando que a situação das finanças públicas nos Açores “não têm comparação com outras que têm sido identificadas – o que é compreendido e confirmado a todos os níveis” – acentuou que “isso não nos dispensa de colaborar, na medida das nossas disponibilidades e face às obrigações que o país, no seu todo, contraiu com a assistência externa, para que Portugal possa ultrapassar esta fase que é muito difícil.”

Carlos César registou o clima agradável em que decorreu a reunião com o Presidente da República, enalteceu a sua visita às Ilhas da Coesão (Santa Maria, Graciosa, S. Jorge, Flores e Corvo) – e desvalorizou o facto de Cavaco Silva concluir a sua passagem pela região em S. Miguel, onde vai participar em actos organizados pela Câmara de Ponta Delgada.

“A minha preocupação é ver, no dia a dia, empresas em dificuldades, a banca que não nos ajuda, o consumo que desce e o que devo fazer, como governante, e quem devo convocar para resolver estes problemas e para ajudar essas famílias”, assegurou.

Concluindo, o Presidente do Governo dos Açores garantiu: “é só isso que me interessa. Eu não tenho tempo para espectáculo político, eu não tenho tempo para desfiles de bandas de música, eu tenho muito que fazer".

GaCS

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