sexta-feira, 4 de julho de 2014

Governo dos Açores investe este ano mais de 1 ME na Paisagem da Cultura da Vinha do Pico

O Governo dos Açores, no conjunto dos sistemas de incentivos para a Paisagem da Cultura da Vinha do Pico, propõe-se investir este ano mais de um milhão de euros, tendo em vista a reabilitação e a manutenção da paisagem tradicional da cultura da vinha em currais, classificada como Património Mundial, anunciou hoje o Diretor Regional do Ambiente.

Hernâni Jorge falava, em representação do Secretário Regional dos Recursos Naturais, na sessão de abertura do colóquio que assinala o 10.º aniversário da aprovação pelo Comité de Património Mundial da UNESCO da candidatura para a Classificação da Paisagem Protegida da Cultura da Vinha do Pico.

O Diretor Regional salientou “o extraordinário trabalho técnico e científico que permitiu essa classificação”, sublinhando que ele “honra este extraordinário legado coletivo e testemunho do engenho e perseverança do nosso povo que é a Paisagem da Cultura da Vinha do Pico”.

Para Hernâni Jorge, esse legado tem sido preservado e o seu uso está a ser "potenciado a favor do presente e do futuro, numa verdadeira solidariedade intergeracional”.

“No último ano, foram aprovados 50 projetos de reabilitação, que correspondem a uma área de quase 65 hectares, tendo-se ultrapassado – só num ano – os 50 hectares de todos os 66 projetos aprovados nos nove anos anteriores”, afirmou Hernâni Jorge.

“Esta semana, o Governo dos Açores processou os apoios financeiros relativos aos contratos de manutenção, no valor global de mais 365 mil euros, abrangendo 205 beneficiários”, acrescentou, especificando que os contratos de manutenção, “dizem respeito a uma área de cerca de 156 hectares de vinha, a que se somarão, no futuro imediato, mais 85 hectares em processo de reabilitação”.

Para o Governo dos Açores, afirmou Hernâni Jorge, “aspetos como o património edificado, as atividades vitivinícolas, a biodiversidade e a geodiversidade da ilha do Pico” permitem não só “o crescimento dos tradicionais setores de atividade já instalados”, mas também “representam novas oportunidades de negócio, nomeadamente associados ao enoturismo”.

“A distinção Património Mundial contribuiu, sem dúvida, para a preservação viva desta paisagem e também para a sua visibilidade e consequente aumento do número de visitantes, facto que acrescenta responsabilidade aos poderes públicos e à iniciativa privada, no sentido de assegurarem uma oferta qualificada e diversificada de produtos e atividades”, afirmou.

Nesse sentido, “porque o património cultural e natural é fonte insubstituível de vida e inspiração, pedra de toque e ponto de referência, elemento determinante da nossa identidade, não podemos deixar de trabalhar na sua preservação e valorização”.

“No caso da Paisagem da Cultura da Vinha do Pico, estamos perante um dos principais polos de desenvolvimento económico e social da ilha e dos Açores, projetando o nosso nome e o de Portugal no Mundo”, afirmou.

O Colóquio 'Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico - 10 Anos como Património Mundial - Momento de debate, reflexão, balanço e perspetiva sobre a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico' é aberto à população e decorre até domingo no auditório da escola Cardeal Costa Nunes, na Madalena, no Pico.

A Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico ocupa uma área total de 987 hectares, envolvida por uma zona tampão de quase 2.000 hectares.

É composta por uma faixa de território que abrange parcialmente as costas norte e sul e a costa oeste do Pico, tendo como referência emblemática o Lajido da Criação Velha e o Lajido de Santa Luzia.

Estes sítios foram classificados por constituírem excelentes representações da arquitetura tradicional ligada à cultura da vinha, do desenho da paisagem e dos elementos naturais.

A rede de longos muros de pedra que remonta ao século XV, espaçados entre si, paralelos à costa e que penetram em direção ao interior da ilha, foram erguidos para proteger do vento e da água do mar as videiras que são plantadas em milhares de pequenos recintos retangulares (currais), colados uns aos outros.


Anexos:

GaCS

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