
O Secretário Regional da Economia assegurou hoje, na Assembleia Legislativa, que o turismo açoriano conheceu nos últimos 10 anos “uma evolução notável”.
Entre 2000 e 2011, o número de hóspedes na hotelaria tradicional passou de 200.000 para 340.000 e o número de dormidas de 580.000 para mais de 1.030.000, indicou Vasco Cordeiro ao intervir durante uma interpelação ao Governo sobre o setor do turismo.
Nesse mesmo período, exemplificou o governante, as receitas passaram de pouco mais de 26 milhões de euros para perto de 46 milhões de euros e o parque hoteleiro do arquipélago cresceu de cerca de 3.700 camas para mais de 8.000 camas.
A notoriedade como destino turístico do arquipélago, a identificação e estruturação de produtos turísticos e as acessibilidades às ilhas foram alguns dos “desafios estratégicos” referenciados pelo Secretário Regional da Economia.
Para Vasco Cordeiro, os desafios estratégicos que se colocam ao turismo açoriano incluem ainda a estruturação da oferta hoteleira e sua articulação com os produtos turísticos, a qualidade, a correta assunção dos mercados prioritários ou estratégicos e a concertação dos diversos protagonistas.
Conforme referiu, os Açores têm ainda “um grande défice de notoriedade” como destino turístico em mercados que nos interessa explorar e que constituem “uma oportunidade para o desenvolvimento” dessa vertente da nossa economia.
Daqui resulta, adiantou o governante, que uma das prioridades estratégicas do turismo açoriano deva ser “o aumento da sua notoriedade como destino turístico” em países como a Alemanha, Itália, Áustria, França, Reino Unido, Espanha, países escandinavos, Holanda, Finlândia ou as províncias do Canadá e alguns estados dos Estados Unidos, onde o “conhecimento dos Açores como destino turístico é incipiente ou mesmo inexistente”.
Defendeu também que, dentro de determinados parâmetros, devemos “fazer depender o apoio aos operadores turísticos, ou pelo menos uma sua componente, do número de turística que esse mesmo operador seja capaz de trazer à Região”.
Para o governante, a notoriedade turística da Região “está indissociavelmente ligada à correta identificação e estruturação dos nossos produtos regionais”, bem como à articulação que deve existir “entre a oferta turística e as atividades e serviços de animação que temos para oferecer”.
Em termos genéricos, a nossa grande aposta só pode ser o turismo de natureza, sendo um dos nossos objetivos para os próximos anos “conseguir que os Açores se transformem no principal destino de natureza do país”, disse Vasco Cordeiro.
“Estou convencido que a nossa oferta é única no panorama nacional e que, hoje em dia, já somos reconhecidos em Portugal “pelo que temos a oferecer neste domínio”, confessou o governante.
Vasco Cordeiro defendeu também a necessidade de “resolver” uma certa “ambiguidade de oferta” que se verifica nalgumas ilhas, com o propósito de fazer corresponder “aquilo que divulgamos e aquilo que temos para oferecer”.
Advogou igualmente “uma maior aposta na qualidade”, argumentando que o tipo de turismo que queremos oferecer “não pode vingar se não tiver associado a uma componente de qualidade de bens e serviços que, neste momento, ainda não está garantida.”
“Receio bem que, enquanto nos centrarmos a sacrificar elementos ao preço e não acrescentar elementos valorizadores de produtos e serviços que possam justificar o preço, dificilmente faremos a evolução estratégica que o turismo dos Açores tanto reclama”, admitiu Vasco Cordeiro.
Segundo defendeu, os Açores não podem nem devem “alicerçar uma estratégia de desenvolvimento do nosso setor turístico que radique na capacidade de sermos um destino mais barato do que os outros destinos”.
Pelo contrário, insistiu o governante, “é necessário, como opção estratégica, valorizar o destino, desde logo com uma aposta redobrada, mas absolutamente imprescindível, na qualidade”.
O Secretário Regional da Economia considerou ainda que, na atual conjuntura, é necessário “assumir ruturas com práticas comerciais e de serviço que estão ou poderão estar enraizadas”.
Vasco Cordeiro destacou também o papel “absolutamente essencial” que a SATA tem desempenhado nas acessibilidades aos Açores, “quer através dos acordos com outras companhias, quer através da contratualização com operadores”.
No que respeita às acessibilidades, o Governo “privilegiará mais o objetivo de facilitação de acesso e de ligações aos Açores do que o seu papel de acionista”, garantiu o governante.
Lembrou ainda que a estratégia para o setor não pode ser desligada daquilo que o Governo tem vindo a desenvolver a nível interno, com destaque para “ousada baixa” nas tarifas dos transportes aéreas interilhas em 2009 e o serviço de transporte marítimo de passageiros e viaturas.
Segundo referiu, o serviço de transporte marítimo de passageiros e viaturas, maugrado algumas vicissitudes, criou “um verdadeiro mercado interno, responsável pelo aumento considerável de receitas nas ilhas de menor dimensão, essencial para a criação de empresas e de postos de trabalho”.
A finalizar, Vasco Cordeiro afirmou que é no “equilíbrio entre a satisfação das necessidades a curto prazo e a construção de alicerces para a sustentabilidade duradoura do turismo dos Açores” que o Governo trabalha.
GaCS







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