quarta-feira, 25 de abril de 2012

Carlos César diz que falta cumprir o desenvolvimento solidário que o 25 de Abril prometeu


Numa mensagem essencialmente dirigida aos jovens, Carlos César considerou que “o significado maior da revolução da liberdade e da democracia, que aconteceu há 38 anos, foi o da valorização das pessoas e da juventude na construção do país político e na definição das políticas de desenvolvimento.”


Para o Presidente do Governo dos Açores, pode dizer-se que o momento presente é de dificuldades, mas antes do 25 de Abril de 1974 as dificuldades eram maiores, a capacidade de influir na sua resolução era diminuta e, para além disso, era quase impossível esboçar um simples protesto.

“O grande legado dessa revolução pacífica é, precisamente, o da garantia de que os portugueses e, entre eles, os jovens, podem e devem determinar, se quiserem, o presente e o futuro da sociedade em que vivem”, disse.

Como acrescentou Carlos César, os jovens podem fazê-lo participando e votando – o que outrora era proibido na ditadura cujo derrube hoje se assinala –, sendo mesmo o ato de votar, na sua opinião, “o mínimo que, em democracia, um cidadão tem a obrigação de fazer.”

Lembrando que graças à Revolução do 25 de Abril foram instituídos órgãos de governo próprio nos Açores – “e que pudemos, a partir de então, contrariar a indiferença e o abandono a que o governo em Lisboa nos sujeitou sempre” –, sublinhou que essa é uma luta permanente.

“Ainda hoje, mesmo havendo Autonomia, bem sabemos como esse desprezo do centralismo nos dói e nos prejudica: mas com uma diferença – é que, agora, com a Autonomia, já temos armas e meios para combater e compensar essa desconsideração histórica”, afirmou.

Dizendo haver razões para sinalizar muito positivamente a mudança operada em 1974, o Presidente do Governo considerou, no entanto, que essa mudança está incompleta.

“Há que continuar para que, cumpridas a descolonização e a democratização formal, se cumpra o terceiro objetivo anunciado de Abril, que era, e é, o do desenvolvimento solidário”, frisou.

Carlos César falava na cerimónia de inauguração da Pousada de Juventude de Santa Maria, uma unidade de 59 camas que representou um investimento superior a 2,2 milhões de euros, valor que incluiu a aquisição dos imóveis onde está instalada, bem como o seu apetrechamento.

Trata-se, na sua opinião, de “um segmento de alojamento diferenciado do da hotelaria tradicional e que começa a ter uma boa expressão nas nossas ilhas”, como se comprova pelas 22 mil dormidas registadas em 2011 nas quatro pousadas de juventude da região.

Com a entrada em funcionamento desta unidade os Açores passam a ter cinco pousadas de juventude distribuídas pelas ilhas de São Miguel, Terceira, Pico, S. Jorge e, a partir de hoje, Santa Maria, num total de mais de 350 camas.

O grande desafio é, agora, o de “garantir o equilíbrio de exploração das pousadas, bem como da empresa que as gere, num modelo que, reitero, não deve prejudicar ou concorrer com as unidades da hotelaria tradicional”, considerou o Presidente do Governo.

Confessando-se otimista – até pela presença das pousadas açorianas nas redes internacionais –, deixou a boa notícia de que a Pousada de Santa Maria, antes mesmo da sua abertura, tem já mais de 700 reservas efetuadas.

“Espero, pois, que este empreendimento constitua um sucesso e que as outras instituições privadas e públicas marienses, incluindo a Câmara Municipal, se envolvam na sua dinamização e valorização”, afirmou.

Carlos César não tem dúvidas de que a nova pousada e a reabilitação da zona histórica de Vila do Porto, onde se integra, poderão contribuir para trazer “novas dinâmicas à atividade económica da ilha”, mas disse que gostaria muito que outras entidades públicas e privadas fizessem o seu trabalho, privilegiando a referida zona histórica da capital mariense.


GaCS

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