quarta-feira, 18 de abril de 2012

Carlos César diz que falta de financiamento bancário e medidas de austeridade do governo central são a causa da crise nos Açores


O Presidente do Governo considera que se vive no nosso país “uma situação complicada e densa do ponto de vista das empresas e do ponto de vista das famílias” mas que nos Açores é “muito agravada pela crise do financiamento bancário”. Há empresas e famílias em que foi quebrado esse financiamento que é essencial ao desenvolvimento da economia regional. Há também um efeito depressivo, segundo Carlos César, “que tem a ver com as medidas de austeridade que são aplicadas em todo o território nacional, e que têm particular incidência nos Açores, limitando o consumo e afetando a nossa estrutura económica que é predominantemente formada por pequenas e médias empresas”.


Estas questões foram, para além das questões mais determinantes no âmbito das relações internacionais que os Açores detêm, particularmente através da Base das Lajes, dominantes na audiência que o Presidente do Governo manteve esta tarde no Solar da Madre de Deus, em Angra do Heroísmo, com o Representante da República para a Região Autónoma dos Açores.

Segundo Carlos César, “são questões que envolvem uma discussão que hoje em dia é muito importante porque, apesar de nós termos umas finanças públicas regionais equilibradas e podermos, de certa forma, socorrer a situação de algumas famílias e de algumas empresas, essa situação não pode ser prolongada. Há necessidade de haver uma revisão da situação no país do ponto de vista do setor financeiro e da alavancagem que pode fazer na economia e que está a faltar nos Açores”.

O Presidente do Governo recordou que em 2007 havia um saldo positivo de crédito das instituições bancárias de 600 milhões de euros e nestes primeiros meses deste ano já há um saldo negativo, ou seja, há mais depósitos do que crédito concedido. “Essa desalavancagem é brutal, não pode deixar de ter efeitos na nossa economia e é neste momento a questão central da crise que estamos a atravessar nos Açores: a questão do financiamento bancário a par das medidas de austeridade”.

Sobre a proposta no âmbito do Orçamento Retificativo do Estado de utilização do fundo de pensões da banca para apoio a amortizações de dívidas das autarquias locais, das empresas públicas e de outras entidades públicas que estão no perímetro do défice e da proposta para que tal seja estendido às regiões autónomas dos Açores e da Madeira, Carlos César recordou aos jornalistas que no seu último encontro com o Primeiro-Ministro, do encontro do Vice-Presidente Sérgio Ávila com o Ministro das Finanças e depois ainda do seu encontro, bem como do Vice-Presidente, com o Presidente da República, “nós dissemos que, a afetar-se o fundo de pensões da banca a essas finalidades, também deveria ser afetado o correspondente do esforço regional para esse fundo, que é de 2,5%, há amortização da dívida das regiões autónomas. No caso da Região Autónoma dos Açores. Se assim for muito bem”.

“De qualquer modo”, acrescentou, “devo recordar que estamos a falar de 3 mil milhões de euros, as dívidas do setor público empresarial do Estado são dezenas de vezes superiores a esse valor. A divida das autarquias é de 5,2 mil milhões de euros, portanto, estamos a falar de uma pequena dotação que, em todo o caso também, confinando-se às empresas que estão confinadas ao perímetro do défice, não se aplica nos Açores ao caso dos hospitais-empresa.

Anexos:
2012.04.18-PGR-RepRepública.mp3

GaCS

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