terça-feira, 29 de junho de 2010

Carlos César anuncia investimento de cem milhões de euros em centros de resíduos



O Presidente do Governo dos Açores revelou hoje que está em execução um projecto para a construção de centros de resíduos, em várias ilhas, que implicará mais de uma centena de milhões de euros de investimento.

Como acrescentou, haverá “um reforço de fundos comunitários para o efeito já acordado politicamente com o Governo da República, e contando, certamente também, com a colaboração das autarquias e dos privados.”

Carlos César, que falava na cerimónia de inauguração do Centro de Interpretação do Lajido de Santa Luzia, na ilha do Pico, concluía assim uma intervenção essencialmente virada para as políticas de recuperação e conservação ambiental empreendidas pelo Governo, que, nesse âmbito, salientou estar no bom caminho.

O Centro inaugurado – onde se localizam as instalações do Parque Natural da Ilha do Pico e se incluem o Gabinete Técnico da Vinha, os Serviços de Ambiente do Pico, os Vigilantes da Natureza e os funcionários das Ecotecas e Centros de Interpretação, uma zona expositiva, outra de apoio técnico, bem como uma zona de visualização da Montanha do Pico – representou um investimento de perto de 900 mil euros e pretende-se que proporcione o conhecimento histórico e técnico associado à cultura da vinha.

A esse investimento há que acrescentar 630 mil euros para a resolução do problema da electrificação do núcleo habitacional do Lajido, tendo sido revelado que estão a ser concluídos os projectos de electrificação para os restantes núcleos habitacionais da Paisagem da Vinha, com prioridade para o Cais do Mourato, Fogos e Ana Clara, Cabrito e Cachorro.

“Defender o ambiente é também defender a convivência equilibrada no meio natural”, disse Carlos César, que fez, a seguir, um forte apelo á defesa da biodiversidade nos Açores, ameaçada de tal forma pela entrada em massa de espécies transportadas de outras regiões do planeta que, como disse, “a generalidade dos endemismos açorianos está reduzida à situação de espécies relíquia, com distribuição restrita a áreas de pouca valia agrícola, verdadeiros habitats refúgio, onde a sua sobrevivência, se não forem tomadas medidas de protecção, é mais do que incerta.”

Realçando que o Governo tem, através de planos de erradicação, “procedido à remoção de populações de espécies invasoras em centenas de hectares dos sítios protegidos mais sensíveis das nossas ilhas, incluindo, pela primeira vez, a remoção, numa operação subaquática sem precedentes no país, de populações de uma alga invasora”, recordou outras medidas.

A criação de Parques Naturais em cada uma das ilhas – de excepcional valor para preservação e restauro de biótopos dos endemismos açorianos e para a recuperação do habitat das espécies migradoras, com destaque para as aves marinhas – foi, talvez, a mais importante dessas medidas, com impacto neste Ano Internacional da Biodiversidade.

“Aliás, a consideração da nossa Região do ponto de vista do seu valor natural e ambiental – que, como já salientei, deve alavancar o nosso desenvolvimento económico e social – foi recentemente reforçada com o reconhecimento pela União Europeia de dois sítios protegidos no oceano profundo (os primeiros a nível europeu, propostos pelos Açores em resultado do interesse de que se revestem), colocando sob responsabilidade açoriana duas áreas salientes pelas suas fontes hidrotermais e pela extraordinária biodiversidade que lhes está associada”, frisou o Presidente do Governo.

Assegurando que esse esforço de conservação da biodiversidade vai continuar, concluiu relevando que, graças à iniciativa e ao apoio do Governo junto da Universidade dos Açores, será lançada a primeira lista completa das cerca de nove mil espécies que povoam o nosso arquipélago.”


GaCS/CT

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