Texto integral da intervenção do Presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, proferida hoje, na cerimónia de apresentação do projeto da EBS das Lajes do Pico:
“Procedemos hoje à cerimónia de apresentação do novo projeto da Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico.
Trata-se de um projeto inovador e funcional e que assume a visão mais ajustada que o Governo dos Açores procura para a boa execução do investimento público.
Não é por acaso que a situação financeira da Região Autónoma dos Açores é elogiada no país e noutras instâncias europeias. É o resultado de um caminho avisado. As nossas opções têm sido as de fazer o que podemos pagar e quando podemos pagar, explorando as oportunidades e definindo as prioridades e dimensionando os investimentos à medida das nossas necessidades.
Foi isso, precisamente, que fizemos no caso da Escola das Lajes do Pico – com coragem, adequando hoje o novo projecto da escola aos 600 alunos que efetivamente irá receber. Fazemos hoje, aqui nas Lajes do Pico, afinal, o que temos feito em outras escolas espalhadas por todos os concelhos das nossas ilhas.
Com a construção desta nova escola garantimos aos alunos do concelho das Lajes condições adequadas ao currículo em vigor e às necessidades atuais dum sistema de ensino moderno e eficaz.
Para trás estamos a deixar um trajeto escolar feito nuns Açores diferentes – marcados por um parque escolar sobrelotado, com uma esmagadora maioria de professores sem habilitação própria e na total ausência de recursos educativos e de percursos alternativos dentro e fora da escola; com a quase inexistência de ensino profissional, e marcado pelo monolitismo de oferecer aos alunos apenas o percurso regular na escola.
O cenário que hoje vivemos na educação nos Açores é muito diferente. E esta nova escola é bem o exemplo disso: das condições que devemos propiciar às crianças e aos jovens para que tenham um percurso escolar projetado para o sucesso.
A construção desta nova escola das Lajes insere-se num processo de reestruturação da rede escolar que o Governo tem vindo a desenvolver. Devemos isso às nossas crianças. Temos com elas este compromisso de lhes proporcionar os meios que os seus pais, ou até, nalguns casos, os seus irmãos mais velhos, não tiveram.
Sabemos que esse sucesso depende de muitos fatores, mas confiamos nos nossos professores e nos educadores para o garantir. São eles os principais promotores e fautores desse desígnio qualificador dos Açores, cabendo-nos, fazendo como agora faremos nesta escola, proporcionar-lhes os melhores meios.
O Governo dos Açores tem feito um investimento sério na melhoria das condições materiais e pedagógicas das nossas escolas, construindo, garantindo um sistema profícuo de ação social escolar, bem melhor que o do resto do país, e remodelando edifícios, oferecendo percursos educativos diferenciados dentro das escolas do ensino regular e por via do ensino profissional. Mas todos têm de fazer a sua parte, desde logo na persuasão de que a educação e o conhecimento são os instrumentos mais poderosos para as nossas vidas e as vidas dos que nos rodeiam.
Com a construção da nova Escola das Lajes, as crianças e os jovens desta área geográfica passam a ter a possibilidade de fazer o seu percurso escolar numa mesma unidade orgânica com características de grande qualidade e com equipamentos pedagógicos e desportivos de excelência. Pode-se dizer que estamos em presença de um projeto promotor de um novo modelo de escola no concelho, centrado na dignificação e unificação da comunidade escolar e na escala adequada.
Esta será mais uma escola que acrescentamos à lista das que o Governo tem neste momento em construção nos Açores, entre as quais destaco a nova Escola de Água de Pau, a Escola da Piedade, a Escola Básica Integrada de Angra do Heroísmo, a Escola de Rabo de Peixe, a nova Escola Básica e Integrada da Horta. Mas o Governo não constrói para seu próprio contentamento – o Governo constrói escolas porque a sua criação ou modernização é indissociável das nossas obrigações para com uma escola digna e eficiente ao serviço das nossas crianças, dos nossos jovens e de todos que as frequentem.
O conhecimento é hoje frequentemente reconhecido como a maior riqueza das sociedades modernas. E é sabido que o sucesso de uma região está cada vez mais ligado à sua capacidade de produzir e de mobilizar conhecimento.
Vivemos um novo paradigma de desenvolvimento e a aposta nas pessoas é sem dúvida uma das ideias mais inspiradoras para o momento que atravessamos, devendo a educação permanecer no centro das políticas de investimento público, promovendo a instrução e o enriquecimento cultural dos cidadãos, a sua capacidade de iniciativa, a sua criatividade e o seu compromisso para o bem comum. Apelo, por isso, à responsabilidade enorme que é educar uma criança e ao dever dos pais garantirem que esse percurso vá o mais longe possível.
Esta nova Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico, cujo concurso para empreitada será lançado muito brevemente, será composta, como vimos, por mais de duas dezenas de salas de aula, dois laboratórios, mediateca, cozinha, refeitório, um auditório com capacidade para cem lugares, ginásio, polidesportivo e campos de jogos exteriores, bem como diversos espaços de apoio. O novo edifício escolar corresponde a um tipo de escola que pretende responder às características, necessidades, objetivos e expectativas da comunidade escolar, tendo em consideração a adaptabilidade e a reestruturação do espaço, e a durabilidade e sustentabilidade das instalações no tempo.
Como se pôde deduzir da apresentação do projeto de arquitetura que acaba de ser feita, nesta escola existirão seis grandes áreas de intervenção: o Núcleo de Ciência, Tecnologia e Artes, onde estarão instaladas as áreas letivas específicas destinadas a laboratórios de ciências, sala de TIC, sala de Desenho, Artes e Expressões; o Centro de Recursos, que consistirá numa área totalmente modernizada, destinada à consulta de informação e exposição de espólios escolares; o Espaço Escola, onde a comunidade educativa terá ao dispor as áreas específicas destinadas à criação de condições de trabalho e estudo; o Espaço Sala de Aula, caracterizado pela existência de áreas específicas de aprendizagem formal; o Espaço Estudante, constituído por áreas de aprendizagem informal, individual e de grupo, bem como áreas para atividades sociais, de lazer e cultura; o Espaço Professor, onde existirão salas específicas para o desenvolvimento de atividades complementares à sala de aula, como a programação, preparação, avaliação e também para pausa e convívio; e, por último, o Espaço Alimentação, com zonas específicas de cozinha, cantina e bar.
Nesta nova escola serão também criadas condições para a abertura de setores específicos à comunidade, como a Biblioteca, o Auditório, as salas polivalentes e as áreas desportivas, cumprindo assim a sua dupla função de utilização em contexto escolar e comunitário.
Esta obra insere-se, por outro lado, na reestruturação da rede escolar da ilha do Pico, onde, no ano passado, concluímos a ampliação da EBS de S. Roque e, onde, no próximo mês de Setembro, inauguraremos a nova Escola da Piedade, destinada aos jovens alunos da Calheta de Nesquim, da Ribeirinha e da Piedade e abrangendo desde o jardim-de-infância aos alunos do 2º ciclo.
Com a conclusão da obra da Escola da Ponta da Ilha e com a construção desta Escola Básica/Secundária, cujo projeto ficámos hoje a conhecer, o concelho das Lajes do Pico e a sua comunidade passarão a desfrutar de condições infraestruturais excelentes para o melhor desempenho do serviço público de educação.
Ficaremos, pois, todos, de parabéns.”
GaCS







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