quarta-feira, 4 de abril de 2012

Intervenção do Presidente do Governo


Texto integral da intervenção do Presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, proferida hoje, em S. Roque do Pico, na cerimónia de lançamento da 1.ª Pedra da nova creche e centro de  ATL da Santa Casa da Misericórdia de São Roque do Pico:



“Aqui estamos, no desenvolvimento da atividade governativa, a dar corpo a mais um compromisso que assumimos com os picoenses e a concretizar mais um benefício para as famílias neste concelho de São Roque do Pico.

Com o arranque desta obra destinada à nova creche e centro de atividades de tempos livres, que ficam pertença da Santa Casa da Misericórdia, o Governo dos Açores sublinha o seu especial empenhamento nos investimentos destinados a assegurar uma rede adequada às necessidades nos diversos domínios do serviço social. Neste caso, no âmbito do apoio à criança: este novo equipamento, que implicará um esforço do Governo de quase novecentos mil euros, vai permitir integrar quarenta e uma crianças em serviço de creche e sessenta no centro de atividades de tempos livres.

Portugal tem hoje um dos índices mais elevados de envelhecimento da Europa e o segundo índice de fecundidade mais baixo do mundo. Nesse contexto em que nos inserimos, é fundamental o esforço do Governo e de outros setores empreendedores para a criação de condições que minimizem ou invertam essas tendências regressivas nos domínios da natalidade e da não renovação das gerações. E entre as medidas concretas que propiciem essa inversão de tendência, está a criação de creches, que constitui um meio, especialmente importante, de facilitação e apoio à sustentabilidade familiar.

Fico muito satisfeito quando constato o progresso que fizemos nesta última década e meia. Na verdade, quando assumi as funções de Presidente do Governo dos Açores, – é bom lembrá-lo – existiam pouco mais de cento e vinte serviços sociais dirigidos à infância e juventude; hoje temos trezentos e dez, que servem mais de doze mil e trezentas crianças e jovens.

No caso das creches tínhamos menos de três dezenas e hoje temos cinquenta e seis, abrangendo perto de duas mil crianças. Aqui, no concelho de S. Roque do Pico, por exemplo, havia apenas uma resposta social no âmbito da infância e juventude, com capacidade para trinta e cinco utentes. Agora são três, com capacidade para cerca de cento e quarenta, o que corresponde à segunda melhor taxa de cobertura nos Açores.
Operacionalizámos também outros serviços de grande importância, como são os casos dos serviços de amas e as creches familiares, que já acolhem mais de duzentas e cinquenta crianças em várias ilhas.

Todo esse trabalho do governo – feito em conjunto com instituições particulares de solidariedade social, Misericórdias e outras entidades – representa um grande ganho na conciliação entre as tarefas familiares e as profissionais dos pais, tanto mais importante quanto a taxa de atividade feminina nos Açores passou, na última década, de 30 para 39%, e há um número crescente de mulheres que declaram desejar trabalhar.

É com essa consciência que devemos continuar a investir, facilitando a disponibilidade e os meios para as famílias terem os seus filhos. Este ano, além do aumento do complemento regional ao abono de família, estamos a fazer um investimento nesta área superior a sete milhões de euros: entrarão ao serviço das famílias açorianas mais cinco creches, um jardim-de-infância e dois centros de atividades de tempos livres, servindo mais de quinhentas crianças.

Esses são os sinais certos que os governos, neste tempo que vivemos, devem dar às famílias, e não os sinais de abandono que vemos a nível nacional, com as políticas que reduzem os abonos, que agravam os custos de saúde infantil ou que eliminam as deduções fiscais de educação.

Nas políticas de poupanças e austeridades não pode deixar de ser considerada a defesa da família e a sua sustentabilidade. Se o Estado não for provedor nessa dimensão, não só negará a sua própria função como declinará a sua obrigação nos domínios da solidariedade e da coesão social.

O Estado que nega o seu préstimo social, e que abandona as instituições e a família para se poupar a si mesmo, contrai, em contrapartida, uma dívida insustentável com a sociedade.

Não é esse o caminho que queremos seguir nos Açores. É esse o sinal que damos hoje com o início da construção de mais este equipamento social.”


GaCS

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