quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Avelino Meneses reafirma que, até 2020, não será fácil construir nova escola secundária na Povoação

O Secretário Regional da Educação e Cultura reafirmou hoje, na Horta, que, com os recursos disponíveis, “não será fácil albergar” até 2020 a construção de uma nova escola secundária na Povoação, na ilha de S. Miguel.

Avelino Meneses, que falava na Assembleia Legislativa, salientou que a construção de uma nova escola naquela vila, que não está prevista na Carta Regional de Obras Públicas, terá de ser feita na periferia, desertificando desta forma o centro da Povoação.

Na sua intervenção, o Secretário Regional frisou ainda que os indicadores relativos à população escolar naquele estabelecimento de ensino têm vindo a diminuir, pelo que não se justifica “a urgência” que se pretende dar a esta nova infraestrutura, recordando que o Governo tem vindo a investir na manutenção da atual escola.

“A insistência e o clamor populares não obrigam, por si só, a uma admissão acrítica de todos os motivos invocados, uns mais atendíveis e outros são relativamente despropositados”, afirmou o titular da pasta da Educação, referindo-se a diversas iniciativas que tiveram lugar em diferentes ocasiões.

“Admito que haja espaços menos adequados, eventualmente mais exíguos. Admito menos que se condene a utilização de equipamentos municipais, quase contíguos à escola, e não admito de forma alguma que se invoque o ruído da rua ou de uma cadeira sobre o chão de mosaico para se exigir a construção de uma escola, que é um investimento muito avultado e que teremos depois de pagar com mais ou menos custo, em mais ou menos tempo”, afirmou Avelino Meneses.

O Secretário Regional da Educação e Cultura salientou que as condições físicas da escola da Povoação “não estão ao nível dos melhores estabelecimentos escolares da Região”, mas considerou que “isso não compromete nem o desempenho pedagógico dos estudantes, nem o exercício profissional dos docentes”, e também “não é causa nem de indisciplina, nem de insucesso”.

Na sua intervenção, considerou que “há questões da história que devem ser aqui invocadas”, recordando que, num passado “não muito longínquo, não se construiu uma nova escola na Povoação porque assim o quiseram os próprios Povoacenses, porque relevaram, eventualmente bem, as vantagens da inserção da escola na malha urbana e, entre essas vantagens, estão certamente o diálogo intergeracional e a prevenção do risco ou do desvio, e relevaram-se as desvantagens da eventual deslocação da escola para um sítio mais ermo”.

“Essas desvantagens passam pela desertificação do centro da vila e, eventualmente, por alguma crise na economia local”, acrescentou.

Segundo o Secretário Regional da Educação e Cultura, “nessas circunstâncias, foi aumentado para mais do dobro” o espaço da Escola Básica e Secundária da Povoação e, na mesma altura, “construiu-se a escola das Furnas para diminuir a pressão estudantil sobre o estabelecimento da sede do concelho”.

Avelino Meneses salientou que atualmente “não haverá uma unanimidade em redor do projeto de uma nova escola”, por isso referiu que, “sem pressas” e atendidos ”todos os constrangimentos”, o melhor é continuar “a multiplicação dos diálogos até à obtenção de um verdadeiro entendimento”.

“Passados e ponderados todos estes fatores, logo se decidirá sobre a revisão ou não da nossa Carta Escolar”, afirmou o Secretário Regional.

Anexos:
2016.01.14-SREC-ESPovoacaoALRAA.mp3

GaCS

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