terça-feira, 1 de junho de 2010

Futuro do Programa LIFE+ analisado em Bruxelas



A convite da Comissão Europeia, o Director Regional do Ambiente, Frederico Cardigos, participou num seminário de dois dias em Bruxelas para discussão do futuro do Programa LIFE+. Este Programa financia os projectos de excelência que façam diferença na conservação das espécies e habitats nos sítios classificados ao abrigo da Rede Natura 2000 (Directivas Aves e Habitats).
O Programa, na sua versão anterior (LIFE I, II e III) e na actual (LIFE+), financiou 1100 projectos e promoveu um investimento de 1860 milhões de euros, sendo destes 50% financiamento da Comissão Europeia. Neste momento há 350 projectos LIFE+ em curso.

Apesar disso, estima-se que são necessários 6 mil milhões de euros anuais para gerir correctamente as zonas classificadas pela rede europeia. Este facto apela à utilização de fundos agrícolas e pesqueiros para a preservação de espécies, habitats, paisagens e serviços ambientais.

Segundo a Comissão, é essencial que se financie a remoção das espécies invasoras e se combatam as alterações climáticas ou, como foi referido, pelo Director-Geral para o Ambiente da Comissão Europeia, Ladislav Miko, é necessário olhar para as espécies menos conhecidas, implementar procedimentos de monitorização a longo prazo, constituir equipas especializadas em temas relacionados com a biodiversidade, incentivar a pesquisa científica e aumentar a inter-complementaridade com outras fontes de financiamento.

Na reunião de dois dias em que participaram seis centenas de pessoas de toda a Europa, o Director Regional do Ambiente dos Açores apelou à diminuição da burocracia, ao aumento das verbas associadas ao programa LIFE, mesmo em detrimento de outros financiamentos, e à criação da figura de “Gestor da Biodiversidade”.

Para Frederico Cardigos, “a biodiversidade natural das ilhas está a sofrer uma enorme pressão por parte da flora invasora e os financiamentos existentes não são suficientes para combater eficientemente este flagelo. Segundo os dados apresentados nestes dois dias, são gastos pela Comissão 1.3 mil milhões no apoio à produção de tabaco e 6.7 mil milhões para a intensificação da agricultura. Para a protecção da biodiversidade, uma das prioridades da União Europeia, apenas são gastos directamente 370 milhões. Há que ser imaginativo, objectivo e agir rapidamente”.

Nesta sessão foram também apresentados os projectos vencedores do galardão “Best of the Best - Nature” atribuído aos 5 melhores projectos LIFE Natureza. Entre os projectos vencedores encontra-se o projecto coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves “LIFE Priolo” e no qual foram parceiros a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, a Direcção Regional dos Recursos Florestais e a Câmara Municipal do Nordeste.



GaCS/SF/DRA

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