segunda-feira, 18 de abril de 2011

Carlos César diz que homenagem da cidade de Toronto à Casa dos Açores é uma honra que responsabiliza a comunidade

Carlos César considerou ontem muito importante o reconhecimento que a comunidade açoriana do Ontário mereceu da Câmara Municipal de Toronto e que se consubstanciou na atribuição do nome de “Casa dos Açores Way” à artéria onde se localiza aquela instituição que congrega centenas de emigrantes.

Calos César – que presidiu à cerimónia, na qual marcaram presença o Presidente da Câmara de Toronto, Rob Ford, e diversas individualidades de sectores políticos locais e provinciais, bem como dezenas de pessoas que não se intimidaram com uma chuva inclemente e alguma neve – advertiu, no entanto, para a necessidade de a comunidade mostrar que é merecedora de tais distinções.

“Precisamos que os outros digam que os portugueses são uma comunidade activa, os portugueses defendem-se, os portugueses constroem algo de novo e de dinâmico nesta sociedade em que se integram tantas origens, tantas nacionalidades e tantas sensibilidades que fazem, como se sabe, de Toronto uma capital da multiculturalidade”, afirmou.

Reiterando a opinião de que se tratava de uma homenagem merecida e que honra também os açorianos residentes nas ilhas, Carlos César disse que “é bom que as gerações mais novas façam o possível por merecê-la e honrá-la no futuro.”

Ao seu apelo o Presidente do Governo dos Açores juntou palavras de estímulo a uma comunidade que, tal como as outras espalhadas pelo mundo, lhe dão, como confessou, uma grande alegria e muita emoção sempre que as visita.

“Todos estes momentos dão sentido às minhas funções, dão-me a certeza de que, para além do Governo que se circunscreve às nossas nove ilhas, nós temos responsabilidades que vão para além delas e daqueles que lá vivem”, acentuou.

Daí que, face a momentos menos bons que possam vir a criar dificuldades, como aquele que o mundo atravessa, “temos de perder menos tempo a lamentar-nos do que não está bem e perdermos mais tempo a prepararmos a nossas convicções e a construirmos a forma como tudo deve correr melhor. Isto aqui, isto nas nossas vidas, isto no nosso país, isto pelo mundo fora”, sublinhou Carlos César.

E embora esclarecendo que não pretendia imiscuir-se na política local, o governante repetiu o apelo feito na véspera, instando os presentes a participarem nas eleições locais e provinciais do próximo dia 2 de Maio, “porque esse acto de votar não é apenas em defesa própria – o que já é muito bom e muito importante – mas é também um acto de cidadania que vai prestigiar e dar força a uma comunidade.”

Insistindo, Carlos César alertou para a possibilidade de alguns políticos não concederem a devida atenção à comunidade portuguesa por pensarem que os portugueses não votam, pelo que, como sugeriu, devem fazer-se ouvir e, com isso, assumirem-se como cidadãos de primeira do Canadá.

Este último acto da visita de dois dias de Carlos César a Toronto ficou também assinalado pela estreia – embora ainda sem carácter oficial e apenas para dar notícia da sua recente formação – do Grupo Folclórico das Casa dos Açores do Ontário, constituído por tocadores e bailadores com idades entre os 16 e os quase sessenta anos.


GaCS/CT

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