O Secretário Regional da Educação e Cultura afirmou, em Angra do Heroísmo, que o Governo dos Açores presta "um serviço à nossa cultura" com a publicação da obra completa de Emanuel Félix, que considerou ser “uma das principais personagens literárias açorianas da segunda metade do século XX”.
“Álamo Oliveira considera-o o poeta perfeito. Carlos Reis diz que se enamorou da poesia, lendo versos de Emanuel Félix”, frisou Avelino Meneses, que falava sexta-feira, à margem da sessão de apresentação da 'Obra Completa de Emanuel Félix', numa edição do Governo dos Açores, através da Direção Regional da Cultura.
Avelino Meneses considerou que este escritor açoriano “tem uma poesia que transborda a mar e a insularidade, mas também a viagem e a aventura”.
“Diria que a obra de Emanuel Félix é o melhor reflexo da Açorianidade. Porque a Açorianidade é um misto de isolamento e de mundividência. De isolamento, dado o afastamento dos continentes e a descontinuidade do nosso território arquipelágico, de mundividência, dada a função que nós desempenhamos durante séculos unindo povos, culturas e civilizações. Tudo isto está efetivamente na obra de Emanuel Félix”, afirmou.
Apesar de Emanuel Félix não ser historiador, Avelino Meneses reconheceu que o poeta açoriano, que faleceu há pouco mais de 11 anos, efetuou “algumas incursões tímidas pela historiografia”.
Nessas incursões, adiantou, “os contributos não primam nem pela abundância nem pela originalidade das fontes”, contudo recordou “um ensaio sobre Angra em finais do século XVI, que se distingue pela beleza da descrição”.
“Parece que estamos a ver Angra de finais de Quinhentos pelos olhos dos homens de então, como se entre os factos e a narração dos próprios não houvesse quatro séculos de permeio”, frisou.
A coletânea, que foi lançada em Lisboa a 10 de junho e agora em Angra do Heroísmo, está estruturada em três volumes, sendo o primeiro dedicado à poesia completa, incluindo inéditos e um CD com seis poemas declamados por Vasco Pereira da Costa, organizador da obra, enquanto no segundo é apresentada a prosa, em ensaios e crónicas, e o terceiro reúne textos de temática e propósitos diversos.
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GaCS
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