terça-feira, 2 de março de 2010

Intervenção do presidente do Governo no baptismo da aeronave Dash400 "Manuel de Arriaga"


Texto integral da intervenção do presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, proferida hoje, em Ponta Delgada, na cerimónia de baptismo da aeronave Dash400, "Manuel de Arriaga":

“Uma breve intervenção para salientar este momento de mudança e de congratulação que a SATA está a viver.

No ano em que se completam 63 anos após a primeira viagem comercial realizada pela SATA Air Açores, aqui estamos reunidos para assinalar mais um momento relevante da nossa transportadora aérea regional. Hoje, a SATA reforça a sua trajectória de estímulo e acompanhamento da modernidade, continuando a superar desafios, aproximando as nossas ilhas e robustecendo a unidade e a dimensão açorianas – em suma, servindo mais eficazmente os meios e as razões do nosso desenvolvimento.

Para trás, também no transporte aéreo entre ilhas, com a renovação da frota que está a ser concretizada, ficam outra etapa e outro tempo, os quais ultrapassámos com sucesso e com enormes melhorias. Também neste caso os Açores mudam para melhor.

Dezenas de açorianos, do outro lado do Atlântico, no Canadá, contribuíram, com o seu trabalho, nas instalações industriais, para a construção desta aeronave, e de outras três idênticas, e vivem com emoção o resultado desse seu labor. Esta cerimónia decorre, igualmente, num dia em que se comemora a publicação do decreto que instituiu o primeiro aprofundamento autonómico, em 1895. Também a geração que protagonizou essa luta, precursora da nossa condição de região autónoma, viveria, agora, com orgulho, momentos de afirmação como este. A SATA, à semelhança de outras instituições, seja a Universidade ou a nossa Televisão, fez e continua a fazer crescer e qualificar a nossa identidade e as nossas competências de auto-administração.

Nos últimos anos, esse papel tem sido maior mercê de um conjunto de passos dados pela empresa que a tornam, cada vez mais, um instrumento de elevado valor estratégico. Falo do início das ligações aéreas entre os Açores e o continente português, da expansão da sua actividade à Madeira e às Canárias, ou, por exemplo, do lançamento de operações que ligam o nosso arquipélago a muitas cidades da Europa, dos Estados Unidos e do Canadá.

Dando asas ao sonho, como é uso dizer-se, foi possível tornar real o que muitos, inicialmente, pensaram não ser realizável. E aqui estamos, agora, para mostrar que a SATA pode e deve crescer mais, se prosseguir uma gestão responsável e exigente que a identifique como uma empresa de referência em todas as dimensões da sua actividade. Os seus trabalhadores e os seus administradores, seja qual for a função que desempenham, sabem que, hoje em dia, são bem mais as empresas de transporte aéreo com o futuro comprometido do que com futuro garantido, pelo que nunca devem perder o seu sentido de missão profissional a favor da continuidade e da consolidação da sua – também nossa – empresa. Neste sector, como todos devem saber, a desatenção, a negligência ou o facilitismo podem ser fatais, sobrando pois uma muito reduzida margem para contemporizações com a falta de responsabilidade.

A entrada ao serviço deste avião integra-se na substituição de toda a frota da SATA afecta ao serviço entre ilhas, e corresponde a um investimento superior a 80 milhões de Euros, inculcando uma maior dimensão no Grupo SATA, que incrementa actualmente um volume de negócios acima dos 220 milhões de euros e movimenta mais de um milhão e 300 mil passageiros.

Trata-se, afinal, de um investimento integrado numa preocupação das entidades públicas regionais, cada vez maior e mais vasta, de valorização das infra-estruturas e meios do transporte aéreo. É assim que se enquadram os investimentos avultados que têm sido executados em todos os aeroportos açorianos, como, por exemplo, as obras que estão a ser realizadas este ano de ampliação da pista de São Jorge (num investimento superior a 25 milhões de euros), no aeroporto do Pico e nos aeródromos do Corvo e de Graciosa, nestes últimos casos em valor superior a seis milhões de euros. Também neste caso do aeroporto de Ponta Delgada, sob administração da empresa ANA, estão a ser introduzidas grandes melhorias, aguardando-se que a mesma empresa execute investimentos nas Flores e no Faial nos termos que têm sido apreciados pelos governos Regional e da República.

Por outro lado, recentemente, o Governo alterou as Obrigações de Serviço Público no transporte inter-ilhas, proporcionando-se uma redução do preço das passagens entre 15 e 19%, e a criação de novas tarifas como a das famílias numerosas. Ainda ontem, dia 1 de Março, entrou em vigor uma nova redução do tarifário para o transporte de carga inter-ilhas que varia entre 5% e 8%, e que diferencia, uma vez mais, positivamente, as chamadas ilhas da coesão.

Esta renovação de frota acontece, pois, nesse contexto mais diversificado de facilitação e eficiência de todo o sector nos Açores.

Decidimos, recuperando o sentido de renovo da instauração da República, cuja primeira evocação centenária agora se assinala no nosso País, e incluindo no programa regional das comemorações, atribuir às duas primeiras aeronaves DASH Q 400 chegadas aos Açores os nomes dos nossos mais ilustres açorianos da geração fundacional da Primeira República: Manuel de Arriaga e Teófilo de Braga. O nome “Manuel de Arriaga” fica, hoje, também associado a esta nova geração da SATA, cruzando as nossas ilhas e chegando ainda a outros destinos. Fazemo-lo na presença e com a participação da sua descendente, Maria Isabel de Arriaga, a quem agradecemos a valorização que empresta a este acto público.

Muito obrigado e parabéns.”


GaCS/CT

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