
Texto integral da intervenção do Secretário Regional da Saúde, Miguel Correia, proferida hoje, em Ponta Delgada, na cerimónia solene de vinculação à profissão, promovida pela Secção Regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros:
“Quero antes de mais expressar orgulho e satisfação, em meu nome e em nome do Presidente do Governo que aqui represento, pelo alcance desta cerimónia.
Este é sem dúvida um passo importante na vossa vida e representa o arranque formal da vossa carreira.
Felicito-vos por terem aqui chegado e desejo que a partir deste momento exerçam com brio a vossa profissão.
Não posso deixar de dizer-vos que atravessamos um momento difícil e exigente.
Quem começar a procurar emprego como enfermeiro constatará que existem muitos profissionais de enfermagem dispostos a virem trabalhar para os Açores, muitos deles com boa experiência.
E constatará também que está cada vez mais difícil a colocação de enfermeiros açorianos nos Açores. Porém, no Serviço Regional de Saúde ainda existe um espaço importante para o exercício da enfermagem:
Em 2007, contrataram-se 58 enfermeiros. Em 2008 por redução de horários acrescidos conseguimos contratar 264 enfermeiros. Em 2009 entraram mais 72 enfermeiros e já este ano foram admitidos 101 enfermeiros, muitos deles jovens, 37 dos quais no Hospital de Ponta Delgada para permitir a reorganização dos horários e viabilizar o processo de contenção de custos naquela unidade.
É possível gerar emprego, diminuindo os custos, aumentando a eficiência e assegurando a qualidade dos cuidados, neste caso, de enfermagem.
De resto, essa é uma das razões que justificam o processo de contenção de custos. Exactamente para que se possa continuar a investir na saúde e para que os hospitais e centros de saúde da Região continuem a ser espaços de oportunidades de emprego.
Mas o emprego não é apenas gerado porque se programa uma gestão mais eficiente, o emprego gera-se também porque existem novos desafios ao exercício da enfermagem nos Açores.
Estão em curso infra-estruturas modernas e capazes de dar respostas adequadas às novas necessidades dos cidadãos e dos profissionais;
Estamos a implementar rastreios de âmbito regional que constituem eixos da prevenção em Saúde;
Adquirimos equipamentos diferenciados e inovadores, acompanhando as novas tecnologias que todos os dias se modernizam na área da saúde;
Vamos ao encontro das novas técnicas como é o caso da medicina nuclear; da radioterapia e da Procriação Medicamente assistida.
Passo a passo, vamos construindo um novo edifício da saúde nos Açores. E é com gosto que vemos jovens enfermeiros açorianos a ajudarem-nos nessa construção.
É o caso do Enfermeiro de Família que está a arrancar no CSVFC onde foram admitidos jovens enfermeiros para integrarem a equipa que levará a cabo este projecto. O enfermeiro de família é de resto a pedra basilar para uma nova filosofia de cuidados para todo o concelho de Vila Franca.
É também o caso, no contexto do combate às dependências, em que equipas de enfermeiros implementam o programa Nova Meta com a administração de metadona deslocando-se em carrinhas pelas diversas localidades. Aqui o objectivo é acompanhar o estado de saúde dessas pessoas e encaminhá-las quando necessário para outros programas de desabituação ou para o serviço de saúde.
Ou ainda no programa XPRESSA-TE, projecto de prevenção do consumo de drogas, cujas equipas incluem, a par de psicólogos e assistentes sociais, precisamente enfermeiros, para se dirigirem aos nossos jovens, quer nos espaços de diversão nocturna, quer nas escolas, veiculando uma palavra de alerta em relação a comportamentos de risco.
De igual modo, em breve será apresentado o Centro de Reabilitação Juvenil direccionado para jovens dependentes em regime de internamento e ambulatório. Também aí a enfermagem terá um papel determinante.
Tão determinante como na rede de cuidados domiciliários de enfermagem na Região ou como na rede de cuidados continuados que sustentadamente cresce nos Açores e que queremos cada vez com maior proximidade.
Mas quem entra agora numa vida profissional na área da saúde não vai apenas desempenhar uma função técnica num serviço de uma qualquer unidade de saúde.
Vai servir os cidadãos. E não é pequena a responsabilidade que esse acto carrega.
Devem por isso manter sempre presente o vosso código deontológico e nunca esquecer a humanização dos cuidados que prestarem, o bom relacionamento com os vossos colegas e com os demais profissionais de saúde, promovendo um ambiente de trabalho são e um bom ambiente para a reabilitação do doente.
Estou certo que os novos enfermeiros, orientados pela sua ordem vigilante, trabalhadora e competente, serão capazes de desempenhar o novo papel que os espera a partir de agora.
Parabéns à Ordem dos Enfermeiros!
Parabéns aos novos enfermeiros! “
GaCS/SReS







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