sábado, 2 de abril de 2011

Carlos César diz que centralidade dos Açores confere sentido físico à segurança euro-atlântica

O Presidente do Governo dos Açores enfatizou hoje a centralidade do arquipélago no oceano Atlântico para – no contexto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), a que Portugal pertence – dizer que “estar, como estamos, no centro da nossa Aliança, significa que os Açores constituem a fronteira de segurança próxima dos Estados Unidos da América do Norte… e o nexo físico e geoestratégico da segurança cooperativa euro-atlântica.”

Carlos César, que falava na sessão de abertura da reunião da Assembleia Parlamentar da NATO, a decorrer em Ponta Delgada, acrescentou, porém, que “estar no centro do Mundo… depende de como nós, Aliados e Parceiros, nos relacionarmos, bem como do que formos capazes de ser perante o resto do Mundo. É que todo o mapa, como se tem visto, é redesenhável…”

Realçando que a salvaguarda da liberdade e da segurança de todos os seus membros é o objectivo fulcral da NATO – o que exige empenho comum – aludiu à presente intervenção da Aliança no Norte de África.

O Presidente do Governo dos Açores comparou as divergências ocorridas no seio da NATO aquando da crise do Suez, em 1956, com o entendimento agora alcançado por países como a França, o Reino Unido e os Estados Unidos para, no seio da NATO e sob sua coordenação, actuarem na Líbia.

“Esse é o espírito, esses são os princípios que devem animar a nossa percepção e a nossa acção no Mundo. Seja no debate sobre a situação no Norte de África e no Médio Oriente; seja num cada vez mais efectivo relacionamento com a Rússia; seja na prospectiva dos caminhos abertos pela recente Cimeira da NATO em Portugal e pelo Conceito Estratégico de Lisboa”, defendeu.

Para Carlos César, as exigências do actual contexto internacional – com destaque para o terrorismo – “impõem a construção renovada de uma consciência cívica mundial assente na defesa das liberdades que coincidem com o património histórico de valores da NATO.”

Admitindo que os desafios não são fáceis, manifestou esperança na persistência e no vigor dos que lutam por esses valores e assegurou que os açorianos sabem muito bem do ânimo que é necessário.

“ Somos uma espécie especial de Portugueses: somos os netos dos Portugueses do século XV. Isto é, somos os filhos dos Europeus da Expansão, aqui chegados e aqui deixados a nós próprios na pluralidade das nossas ilhas. Talvez daí a têmpera fria da nossa resiliência e a nossa proximidade com a diversidade dos que por aqui passaram a cruzar o Mundo, cada um pelas mais diversas razões e com os mais diversos intuitos”, afirmou.

Vincando a ideia, Carlos César relacionou “a força tranquila do nosso apego à liberdade” com o facto de, nos Açores, terem emergido personalidades que ocuparam e ocupam os lugares mais destacados do Estado português, “mas daqui nunca saíram ministros para a ditadura.”

E o governante concluiu a sua intervenção dando testemunho de que, nos Açores, “fazemos o que está ao nosso alcance pelo nosso País, como o fazemos no convívio com os nossos Aliados, no quadro das relações soberanas livremente assumidas pela nossa República”, razão pela qual – sublinhou – não é apenas com gosto, mas também com naturalidade, que o Governo Regional acolhe a Comissão Permanente da Assembleia Parlamentar da Organização do Tratado do Atlântico Norte.


GaCS/CT

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