Máquinas das Secretarias Regionais da Ciência Tecnologia e Equipamentos e da Agricultura e Florestas, em colaboração com a Delegação do Pico da administração portuária, estão a proceder à remoção de algas apodrecidas no Cais Velho, na Madalena do Pico, responsáveis por um mau cheiro intenso naquele local.
Desde há duas semanas que a Vila da Madalena se tem confrontado com maus cheiros provenientes da orla costeira. Os odores são extremamente desagradáveis e com um cheiro intenso similar a ovos podres.
Após consulta a diversos especialistas, incluindo cientistas do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, concluiu-se que estes cheiros se devem à libertação de gases devido à anormal concentração de algas no Cais Velho e com a decomposição devida à elevada temperatura da água que ainda se faz sentir nesta época do ano.
A eutrofização da água, que resulta do apodrecimento das algas, é assim uma consequência inevitável da situação oceanográfica e atmosférica registada nos últimos dias.
A actividade bacteriana anaeróbica, que ocorre nestas algas em meio aquático, poderá ainda promover o aparecimento de pequenos peixes mortos. Uma faixa branca observada nas pedras resulta da libertação de agar e sais que estão a ser lixiviados pela água.
A Direcção Regional dos Assuntos do Mar informa, entretanto, que não há qualquer razão para suspeitar de outras origens para o fenómeno observado, apesar terem sido ventiladas outras hipóteses.
Como não se previa que a situação oceanográfica e atmosférica tivesse grandes alterações nos próximos dias e, portanto, não seja expectável a sua saída natural, foi decidido iniciar a remoção das algas utilizando máquinas. Os trabalhos tiveram início na segunda-feira, detendo-se na faixa de entre marés.
Nos próximos dias, caso se mantenha a situação de maus cheiros e não haja modificações no regime de correntes, a intervençãoserá alargada para zonas mais profundas.
O Governo Regional, através da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, e a Administração dos Portos do Triângulo e Grupo Ocidental, estão a seguir esta situação com todo o cuidado e atenção. Para além destes, a Autoridade Marítima, o Serviço Regional de Protecção Civil e o Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos estão também a estudar a ocorrência, colaborando na despistagem de outras origens e estudando cenários tendentes à amenização do impacto.
Há outras ilhas com acumulações de algas neste momento. São elas São Jorge, Graciosa e Santa Maria, mas não num local tão confinado e permanente como se observa na Madalena do Pico.
GaCS/FA/DRAM
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