Os livros Contos Tradicionais Açorianos de Teófilo Braga e Aquela Palavra Mar, o primeiro organizado e o segundo editado por Anabela Mimoso, são lançados sexta-feira no Faial e sábado no Pico.
A apresentação destas duas obras, ambas com chancela da editora Calendário de Letras, decorrerá no auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça (dia 29, pelas 21:30 horas) e no Museu dos Baleeiros (dia 30, pelas 21:30 horas).
Enquadrado nas comemorações do 1.º Centenário da Implantação da República, o lançamento da antologia Contos Tradicionais Açorianos visa homenagear açoriano, natural de S. Miguel, Teófilo Braga.
Mais que o militante republicano, o Presidente do Governo Provisório da República Portuguesa ou, ainda, o fugaz Presidente da República, em substituição de Manuel de Arriaga, com este trabalho Anabela Mimoso pretende sobretudo homenagear o antologista micaelense de Cantos Populares do Povo Açoreano (1869) que, re-editados pela Universidade dos Açores em 1982, se encontram há muito esgotados.
Para colmatar essa lacuna cultural, a autora, natural de Lisboa, organizou uma obra de grande rigor científico a nível metodológico, histórico e definitório, que reúne 31 textos de procedência açórica, coligidos em três secções distintas (“Contos de fada e Casos da Tradição Popular”, “Casos e Facécias da Tradição Popular” e “Lendas, Patranhas e Fábulas”).
À recolha efectuada, este trabalho acrescenta ainda as versões anteriores (e subsequentes variantes) de Adolfo Coelho e de Sylvio Romero, e menciona, em quadro explicativo que resume as indicações teofilianas, as suas proveniências de ordem vária.
Já o lançamento do texto infanto-juvenil Aquela Palavra Mar, quer do ponto de vista narratológico, quer numa perspectiva temática, engloba motivos como a analogia mito e infância, a equivalência entre infância e palavra poética e a vinculação do sonho à infância.
A história em apreço afigura-se acessível para os leitores de palmo e meio, estimulando a participação do jovem leitor na reconstrução do sentido, sobretudo devido a uma excelente coesão e coerência textuais.
Para além da aproximação entre a infância, a idade mítica, o ser, o isolamento do ilhéu, merece também referência nesta obra a extrema visualidade da escrita feliz de Anabela Mimoso.
GaCS/FG/DRaC
Sem comentários:
Enviar um comentário