sábado, 30 de outubro de 2010

Intervenção do Secretário Regional da Saúde na inauguração da Nova Unidade de Rastreio do Cancro da Mama



Texto integral da intervenção Secretário Regional da Saúde, Miguel Correia, proferida hoje, na cerimónia de Inauguração da Nova Unidade de Rastreio do Cancro da Mama:

“A minha primeira palavra é de agradecimento à associação Laço aqui representada pela sua presidente, a Drª Lynne Archibald.

A Laço, como todos sabem, é uma instituição privada, sem fins lucrativos, dedicada ao combate do cancro da mama.

No âmbito da sua nobre causa, decidiu oferecer este mamógrafo móvel que se inaugura oficialmente hoje - Dia Nacional da Prevenção e da Luta Contra o Cancro.

É com reconhecimento e também com orgulho que recebemos este equipamento de vanguarda, o primeiro no mundo, da empresa Fudgifilm, a ser concebido especificamente para um Programa de Rastreio de Cancro da Mama.

Trata-se de um mamógrafo digital directo que se destaca, pela qualidade de alta resolução das imagens e pela redução, significativa, dos níveis de radiação e do ruído emitido, trazendo maior conforto.

Este equipamento permitirá que 6.500 mulheres por ano possam fazer uma mamografia de rastreio, e podemos, assim, dar um maior impulso, ao rastreio do cancro da mama que estamos a desenvolver em todas as ilhas dos Açores.

Com este rastreio 18.000 mulheres já fizeram mamografia, cerca de 1.700 tiveram consulta de especialidade e foram detectados 75 casos de cancro, que estão em tratamento.

Está praticamente concluída a primeira volta e já estamos a preparar uma segunda volta.

Agora, com melhores condições.

O Centro de Oncologia fica com dois equipamentos móveis para rastreio, os hospitais de Angra e de Ponta Delgada também têm novos mamógrafos, destinados ao diagnóstico dos casos suspeitos.

Entretanto avançam outras acções de rastreio.

Decorre, desde Abril deste ano, o Rastreio de Cancro do Colo do Útero, destinado a cerca de 75 000 mulheres dos 25 aos 64 anos. Neste momento já arrancou em todas as Unidades de Saúde dos Açores e 5.000 mulheres já fizeram citologia de rastreio.

Preparamos também o Rastreio do Cancro Colorectal a toda a população açoriana entre os 50 e 70 anos, o que corresponderá a 50.000 pessoas.

Decorrem também rastreios em outras áreas, como o da retinopatia diabética ou o da obesidade infantil, que já foi concluído.

São rastreios que constituem eixos da prevenção em saúde.

É este o caminho que está traçado e que percorreremos com toda a determinação.

E aproveito para sublinhar que todas as poupanças que se estão a fazer neste sector serão canalizadas, para outras áreas da saúde, em particular para a prevenção.

Estamos certos que este é o caminho a seguir.

Ninguém poderá, de forma honesta criticar esta opção.

E continuaremos a procurar, em colaboração com os conselhos de administração, com os profissionais de saúde outras soluções de poupança e de boa utilização dos meios disponíveis.

Por exemplo, a respeito de equipamentos de diagnóstico vamos dar orientações para que sejam reportadas periodicamente as condições e a estatística de utilização dos equipamentos disponíveis no Serviço Regional de Saúde.

Queremos saber trimestralmente quantas ecografias, quantas TAC, quantas ressonâncias magnéticas, quantas análises são feitas nos equipamentos que existem nos hospitais e nos centros de saúde.

Assim conseguiremos afectar equipamentos com pouca utilização a unidades de saúde que de facto deles necessitem, o que promoverá a racionalização do investimento.

Pretendemos deste modo esgotar todos os recursos, antes de se recorrer ao sector privado.

E aproveito também o momento para reafirmar que as medidas que têm sido implementadas nos hospitais, no âmbito da contenção de custos, em nenhuma circunstância, põem directamente em causa a acreditação internacional do hospital de Ponta Delgada.

Aliás esta foi uma preocupação constante na selecção das medidas a implementar. Nunca por em causa a acreditação internacional, nem a idoneidade formativa, nem a qualidade dos cuidados prestados.

Pelo contrário, continuamos a trabalhar nos processos para a acreditação dos hospitais de Angra, da Horta e também dos Centros de Saúde.

As medidas de contenção, podem não ser agradáveis, mas são razoáveis e são necessárias para que continuemos a ter um serviço de saúde gratuito e universal.

Uma última palavra de reconhecimento e apreço a todas as entidades que têm colaborado com o rastreio do cancro da mama e na sensibilização para a sua importância.

Desde logo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, os médicos radiologiolistas, a Drª Eva Garcia, directora técnica do rastreio do cancro da mama e o professor Victor Rodrigues que desde o início colaborou na sua concepção e na sua programação.

De registar, de igual modo, o apoio importante das autarquias locais, das paróquias e da comunicação Social que foi determinante para o sucesso deste projecto.

Por último e uma vez mais o agradecimento à “Laço” pela significativa doação deste mamógrafo móvel à Região Autónoma dos Açores.

Com este mamógrafo salvaremos muitas vidas.


GaCS/RC

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