terça-feira, 26 de outubro de 2010

Governo diz que SCUT’s geram “inveja política”



“Desconhecimento ou por inveja política da grande obra que está a ser construída em S. Miguel”, é desta forma que o Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos classifica as declarações da líder do PSD Açores sobre o sector da construção civil na Região.

“A questão das SCUT’s é um assunto que causa à líder do PSD/A estes ‘acesos’ de alma que nós todos conhecemos porque ela não entende duas coisas, que as empresas regionais participam activamente neste processo de construção, com dezenas de subempreitadas, e que há mil trabalhadores açorianos afectos à obra”, afirmou hoje José Contente em conferência de imprensa.

O governante esclarece que o mais importante para garantir a saúde financeira das empresas regionais é pagar a tempo e a horas e, neste sentido, acrescenta, o Governo Regional é exemplar porque paga a 15 dias enquanto a autarquia de Ponta Delgada paga a 90 dias, ou seja, o executivo açoriano é seis vezes mais rápido na liquidação das despesas às empresas.

“O Governo Regional não recebe lições da líder do PSD/A no âmbito da construção civil porque ela própria é um exemplo de um mau pagador. A autarquia deve 8 milhões aos fornecedores e deixa um quarto da despesa que faz por pagar no final de cada ano, ao passo que nós pagamos a 15 dias”, sublinhou o Secretário Regional.

Aos jornalistas José Contente defende que é imperioso fazer e pagar o que se faz e não, ao contrário do que a líder do PSD/A fez ontem, dar conselhos ao sector da construção civil quando ela representa uma entidade incumpridora e que deixa grande parte das empresas “a arder” com obras que foram feitas e que ainda não foram pagas, no concelho de Ponta Delgada, “só assim se entende que quem muito fala em hipotecar o futuro”.

O membro do Governo Regional anunciou que durante o ano de 2010 a Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos já investiu 31 milhões de euros em empreitadas concluídas e a decorrer e que em 2011 haverá mesmo um aumento previsto no plano de investimentos no que se refere às pequenas obras incluídas na reabilitação de estradas.

José Contente relembra que, tal como disse ontem o Presidente do Governo Regional, mais de 90 por cento das obras do executivo açoriano foram adjudicadas a empresas regionais, representando um investimento de 27 milhões de euros, “e por isso nós não entendemos como é que algumas pessoas com responsabilidades, como a líder do PSD/A, que fala do que não sabe ou diz mais do que sabe e isso aconteceu ontem mais uma vez, representando um mau contributo para o esclarecimento do sector da construção civil nos Açores”, afirmou.

Para confirmar o incremento do sector na Região nos últimos anos, o governante demonstrou a evolução de um indicador fortemente associado ao dinamismo da construção civil, o consumo de cimento. No quinquénio de 1990-1995 o consumo ficou muito abaixo da média das 100 mil toneladas, no entanto a partir de 1996 esse indicador sofre uma evolução positiva, as médias subiram consideravelmente e no período de 1996-20001 representavam já um consumo de 120 mil toneladas, 160 mil entre 2001-2005 e 140 mil toneladas relativamente a 2006-2010.

Quanto à referência de Berta Cabral de que o Governo dos Açores hipotecou o sector da construção civil para os próximos trinta anos, período em que durarão as rendas pagas à EuroScut, o governante relembra que a concessionária ficará apenas responsável pela manutenção da rede concessionada e não pela rede viária regional, para além de que o esforço financeiro da Região é compatível com o orçamento regional e com o PIB. “Oxalá se pudesse dizer o mesmo de algumas empresas municipais”, acrescentou o governante.

O Governo dos Açores encara a construção civil como um sector estratégico para o desenvolvimento regional porque gera emprego e pelo valor acrescentado que deposita na economia regional, no entanto, sublinha, o sector precisa também de se ajustar às novas realidades, à nova conjuntura do mercado, porque se há uma menor procura por parte dos particulares é importante que as empresas saibam fazer os reajustamentos necessários para se consolidarem.

O próprio presidente da AICOPA referiu ontem, na reunião que teve com o PSD Açores, relembrou José Contente, “que as empresas contam com o investimento público proveniente do Governo Regional através do concurso de execução de obras públicas porque algumas autarquias “travaram” o investimento, nomeadamente a de Ponta Delgada”, concluindo que são algumas autarquias que estão a “travar” o sector da construção civil porque o Governo Regional está a fazer responsavelmente o que pode pagar e a pagar o que faz com um prazo de pagamento de 15 dias.



GaCS/VS

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