
Ao presidir à inauguração das obras de ampliação do Matadouro das Flores – em cerimónia integrada na visita estatutária do Governo àquela ilha – Carlos César recordou que sempre conferiu à agricultura açoriana “um papel de grande importância, contribuinte da fixação das comunidades rurais, do ordenamento do território, da criação de valor, da substituição de importações e do reforço exportador.”
Afirmando ter sido esse um compromisso que nunca traiu, realçou que isso permitiu percorrer um caminho “na base de uma cumplicidade transparente e produtiva entre o governo e as associações de produtores, tal como com outros intervenientes nas diferentes fileiras, e elevou à categoria, sucessivamente confirmada, de prioridade de investimento financeiro no sector.”
Não fosse isso – realçou –, “a generalidade da actividade agrícola açoriana mais relevante e exportadora já teria colapsado perante os ataques e os obstáculos que se vão registando sempre no mercado e na política comum europeia.”
A agricultura, continuou, “ganha agora novos adeptos e parece encher o vocabulário político dos que há uns anos atrás quase a ignoravam ou consideravam um sector menor”, mas é no presente que assume a necessária centralidade.
Para o Presidente do Governo, foi feita um aposta na produção de carne que complementasse a produção de leite e de produtos lácteos, para o que se iniciou a construção da Rede Regional de Abate, “com o duplo objectivo de servir as populações e consumidores locais em condições de salubridade e higiene e, simultaneamente, criar condições para o surgimento de novas oportunidades de negócio, com a venda e exportação em carcaça, proporcionando eficiência e mais-valias.”
Salientando que se verificou uma alteração radical no modo tradicional de comercialização do gado, em vida, para o continente, disse que isso permitiu ganhar capacidade de melhorar a identificação da carne açoriana junto dos consumidores e favorecer o aparecimento de novos produtos.
Carlos César aludiu também a diversas medidas que visaram, e conseguiram, melhorar a qualidade da produção de carne, com o que também melhoraram os meios e as qualificações do sector, o que o levou a considerar que os Açores não só produzem muito mais como muito melhor do que, por exemplo, há uma década.
“Lutámos e conseguimos o reforço da atribuição dos chamados “direitos de vacas aleitantes”, que passaram de cerca de 9 mil para mais de 25 mil, reforçando assim o rendimento dos produtores de carne dos Açores. Esse rendimento também foi muito reforçado com o pagamento dos prémios ao abate que, apenas em quatro anos, passaram de 42.878 em 2006 para 68.481”, disse.
Foi, como disse, uma evolução muito benéfica na fileira da carne, mas a suscitar um novo desafio, que é “o de termos a capacidade de criar novos produtos que dêem resposta a mercados de maior exigência, mercados que reclamam, por exemplo, produtos de carne desossada ou em formato de consumo que os Açores começam a explorar.”
Daí que Carlos César considere que há que organizar e viabilizar essas respostas para a que a agricultura açoriana possa tirar melhor partido dos mercados, integrando o investimento feito no Matadouro das Flores, agora ampliado, num conjunto muito mais amplo do apoio técnico e do investimento público que promovemos para a agricultura e para os agricultores da ilha.
O valor global investido nas beneficiações do matadouro ultrapassou os dois milhões de euros, verba que o Presidente do Governo classificou de “dinheiro bem empregue em benefício dos agricultores florentinos e da economia da ilha”, mas desafinado, o mesmo tempo, o empresariado do sector a trabalhar, inovar e aproveitar.”
GaCS/CT







Sem comentários:
Enviar um comentário