O equipamento de raios X, que foi hoje inaugurado na unidade de saúde do Corvo, numa cerimónia presidida pelo Presidente do Governo Regional dos Açores, fecha um ciclo que envolve todas as Unidades de Saúde da Região Autónoma dos Açores, em que a imagem radiológica passa integralmente ao formato digital.
“A partir de agora, nos Açores, deixa de haver películas radiográficas, máquinas de revelar, químicos de revelação e os consequentes prejuízos ambientais que daí advinham”, observou o Secretário Regional da Saúde no discurso proferido na ocasião.
O equipamento hoje inaugurado, que entra agora em fase de testes e será colocado ao serviço dos cidadãos que vivem na ilha do Corvo já em Agosto, realiza estudos radiológicos do crânio, esqueleto e tórax e possui versatilidade suficiente para a realização de traumatologia em situações de urgência.
Está provido de mesa de raios X universal com coluna de chão e sistema para a realização de exames em pé com dispositivo de fixação e centragem dos suportes de imagem, grelha para filtração da radiação difusa.
O digitalizador permite um arquivo local com capacidade para 4 000 imagens.
O investimento, integralmente suportado pelo Governo Regional dos Açores, excede os 110.000€ em equipamentos e obras de adaptação necessárias para a sua instalação.
O Secretário da Saúde voltou a lembrar que os investimentos no sector da saúde são feitos numa lógica de dotar as unidades mais distantes dos hospitais, como é o caso do Corvo, com meios que permitam evitar a deslocação de doentes, porque isso representa uma redução de custos e, sobretudo, evita que as pessoas tenham de sair da sua ilha e de perto dos seus familiares.
Com a imagiologia integralmente no domínio digital, abrem-se novos horizontes para a telemedicina tornando ilimitadas as possibilidades de utilização dos recursos humanos especialmente habilitados para cada caso.
Existem já diversas experiências nos Açores, designadamente, entre o centro de saúde de Santa Cruz das Flores e o centro hospitalar de Gaia nas especialidades de cardiologia, dermatologia, pediatria e nefrologia, atendendo em média cerca de 90 doentes por ano.
No hospital de Ponta Delgada estão implementados protocolos com o hospital de Santa Cruz e com a maternidade Magalhães Coutinho nas áreas de cardiologia pediátrica e obstetrícia. Desde 2007 foram realizadas mais de 150 consultas.
A telemedicina, nos Açores é também utilizada entre os centros de saúde e os hospitais, para consolidar a necessidade de determinadas evacuações sobretudo nas áreas de ortopedia e pneumologia.
O governo pretende agora desenvolver outras potencialidades da telemedicina como por exemplo a telemonitorização para melhorar a gestão dos doentes internados nos hospitais e para acompanhamento de doentes crónicos. Estes doentes poderão ser acompanhados, on line, através de equipamentos apropriados, permitindo gerar alertas e uma avaliação clínica ou um eventual internamento.
“Creio que seria útil fazermos uma experiência piloto nesta área”, disse Miguel Correia.
GaCS/RC
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