
O Corvo poderá vir a ser, dentro de pouco tempo, a primeira ilha dos Açores a ver eliminado o gás butano nos seus equipamentos domésticos de aquecimento ou de confecção alimentar.
Um contrato no sentido de substituir os tradicionais esquentadores e fogões a gás por um tipo de equipamentos que utilizem energias renováveis foi esta manhã assinado entre o Governo Regional e a Câmara Municipal da Vila do Corvo, em cerimónia presidida por Carlos César.
Como sublinhou, na ocasião, o Secretário Regional do Ambiente e do Mar, o grande objectivo é transformar a ilha do Corvo numa demonstração mundial de referência de um sistema energético sustentável, envolvendo diversas componentes tecnológicas, designadamente a introdução de energias renováveis e a redução da dependência dos derivados do petróleo.
A electrificação de consumos nos lares do Corvo conduzirá ao seu abastecimento com base na produção de electricidade a partir de fontes renováveis, bem como a implementação de redes inteligentes e a introdução de sistemas de gestão activa da procura.
O Corvo, pela sua pequena dimensão – apenas 17 km2 e uma população de pouco mais de 400 habitantes – é a única ilha da região totalmente dependente de combustíveis fósseis (butano, diesel e gasolina), recebendo esses combustíveis por via marítima, com os elevados custos associados e o risco, também considerável, de ruptura provocada pelo mau tempo no Inverno.
Como frisou Álamo Meneses, estando o Governo dos Açores empenhado na eliminação do consumo do gás butano para aquecimento de água e confecção alimentar e numa redução significativa do diesel para produção de electricidade, há que vencer uma série de desafios técnicos, sociais e económicos cujas soluções estão ainda por definir.
A implementação e gestão das redes inteligentes, a gestão activa da procura, o armazenamento de energia, a eficiência energética e o papel do consumidor como agente activo do sistema energético são, na opinião do governante, alguns desses desafios.
Como fez questão de realçar, o contrato hoje assinado, com vista à substituição do gás butano no aquecimento de águas, constitui um primeiro passo, firme e seguro, para o desenvolvimento sustentável da ilha do Corvo
Com isso, concluiu Álamo Meneses, “estamos ainda contribuir, embora a uma pequena dimensão, para a retenção de recursos na região, para reduzir a nossa vulnerabilidade à variação dos preços do petróleo e para dar dimensão e alcance aos objectivos traçados no âmbito da estratégia clima-energia da União Europeia.”
GaCS/CT







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